Bolsonaro insinua irregularidades nas eleições deste domingo - TVI

Bolsonaro insinua irregularidades nas eleições deste domingo

Candidato do Partido Social Liberal antecipa dificuldades na segunda volta, muito por causa do "poder económico" do Partido dos Trabalhadores. Um discurso em que se fez acompanhar apenas de um elemento da sua campanha e de uma tradutora de língua gestual

Jair Bolsonaro insinuou, este domingo à noite, que houve irregularidades nesta primeira volta das eleições presidenciais brasileiras. O candidato do Partido Social Liberal (PSL), obteve mais de 46% dos votos válidos e foi seguido na votação por Fernando Haddad (PT), com 28,37%, confirmando uma segunda volta entre ambos.

Vamos junto ao TSE exigir soluções para isso que aconteceu agora. E não foi pouca coisa. Foi muita coisa. Tenho a certeza que se esses problemas não tivessem ocorrido e tivéssemos confiança no voto eletrónico já teríamos nome do futuro presidente do Brasil decidido no dia de hoje”, disse Jair Bolsonaro, num discurso em que se fez acompanhar por um membro do seu staff e por uma tradutora de língua gestual. 

Por trás do candidato, apenas uma parede amarela. De tempos em tempos, era possível ver passar outras pessoas atrás. Mas, durante todo o discurso, não se ouviu um único som, além da voz do candidato do PSL.  

Vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil. Vamos (…) tirar o Estado do cangote de quem produz. Vamos regulamentar muita coisa. Desonerar a folha de pagamento. É uma tarefa difícil? É! Mas não podemos continuar a fazer o que foi feito ao longo dos 30 anos. O Brasil está aí, à beira do abismo.”

Bolsonaro apelou à mobilização dos eleitores nas próximas três semanas e centrou-se nas promessas eleitorais e nos ataques diretos ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Com a união de boas pessoas ao nosso lado, resgatando as nossas forças de segurança, valorizando as nossas forças armadas, valorizando a família, proporcionando um bom currículo escolar para os nossos filhos, temos sim como mudar o destino do Brasil.”

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Não podemos continuar flirtando com o socialismo ou com o comunismo. Não vai ser fácil o segundo turno. Eles têm biliões para gastar, vocês sabem disso. Eles quebraram empresas brasileiras, afundaram bancos (…). Tem um poder económico enorme. Têm também parte dos media favorável aos seus propósitos.”

Depois de acusar “alguma imprensa brasileira” de fechar os olhos aos perigos que pode trazer “o regresso do PT”, Bolsonaro invocou o combate à corrupção e a Operação Lava Jato: “Não podemos esmorecer. Afinal de contas, o que está em jogo é a nossa liberdade é a manutenção da Operação Lava Jato. É a certeza que o trabalho iniciado pelo Ministério Público, pela Polícia Federal, não vai ser jogado no lixo.”

E deu também a receita para reduzir a corrupção no país, consciente “da dificuldade disso”.

Reduziremos o tamanho do Estado. Teremos no máximo 15 ministérios. De aproximadamente 150 [empresas] estatais, no primeiro ano, teremos no mínimo 50. Ou nós privatizamos ou nós extinguimos simplesmente. E assim vamos continuar, com responsabilidade, procurar diminuir o tamanho do Estado, porque só dessa maneira conseguiremos combater a corrupção.”

Reveja aqui o acompanhamento AO MINUTO da primeira volta das eleições presidenciais brasileiras

Jair Bolsonaro terminou o discurso com um agradecimento dos votos dos cerca de 50 milhões de brasileiros que votaram nele na primeira volta e reforçou que continua a contar com o apoio deles para dia 28 de outubro.

Acredito em Deus, acredito em vocês, acredito no nosso Brasil”, rematou, na única altura em que se ouviram aplausos na sala, que até aqui parecia estar praticamente vazia.

PSL teve os deputados federais e estaduais mais votados da história

O Partido Social Liberal, de Jair Bolsonaro, conquistou dois resultados históricos nas eleições, com as vitórias de Janaína Paschoal e Eduardo Bolsonaro para deputados estadual e federal, respetivamente.

Janaína Paschoal, candidata a deputada estadual de São Paulo, conquistou mais de dois milhões de votos naquele estado.

A eleição de Paschoal, uma das autoras do pedido de 'impeachment' da ex-Presidente Dilma Rousseff, representou a maior votação de sempre a nível nacional no que diz respeito a este cargo.

Nas eleições de 2014, o deputado estadual com mais votos em São Paulo tinha sido Fernando Capez (PSDB), com 306.807.

Já Eduardo Bolsonaro é agora recordista do número de votos para deputado federal.

O filho do candidato à presidência da República Jair Bolsonaro reuniu mais de 1,8 milhões de votos.

Estas duas nomeações quebraram um recorde que durava há já 16 anos, quando, em 2002, Enéas Carneiro (Prona) obteve 1.573.642 votos na eleição para deputado federal.

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