É a número dois do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e deputada no parlamento alemão desde 2017. Mas Beatrix von Storch é mais do que isso, e no Brasil o seu encontro com o presidente do país, Jair Bolsonaro, está a causar muita polémica.
Acontece que a parlamentar é neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, que serviu como ministro das Finanças durante todo o período de Adolf Hitler no poder. De resto, o homem entrou antes do ditador, e saiu já depois de este ter morrido.
O encontro entre Beatrix von Storch e Jair Bolsonaro foi uma "oportunidade para a AfD conquistar aliados", nomeadamente "políticos conservadores, partidos e líderes de opinião".
Em uma conversa de uma hora, pude discutir com o presidente a situação das nossas duas nações. Fiquei profundamente impressionada com a compreensão do presidente pelos problemas da Europa e pelos desafios políticos do nosso tempo", acrescentou, vincando a luta do presidente brasileiro contra o crime.
Este encontro faz sentido, na ótica da deputada, para combater a "esquerda internacional", que se une através de movimentos como Fridays for Future, Black Lives Matter, LGBTQI ou Antifa, referiu a alemã.
Quem não achou tanta piada foi grande parte do povo brasileiro, que criticou a presença de Beatrix von Storch no país. Os meios de comunicação também não demoraram a espelhar a indignação do povo.
Quem também reagiu foi o Instituto Brasil-Israel, lembrando que a deputada alemã também se reuniu com vários deputados nacionais, como Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro (filho do presidente).
Mas a organização vai mais longe, e acusa os presentes no encontro de apropriação, uma vez que numa das imagens partilhadas é possível ver uma bandeira de Israel no centro de mesa.
Em Telavive há gente a gritar 'rua Bolsonaro'", escreve o instituto.
O Instituto Brasil-Israel repudia veementemente estes encontros, que representam um revés nos esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto e uma ameaça ao ambiente democrático e de tolerância", terminam.