A história do rapto de Jayme Closs começou numa paragem de autocarro - TVI

A história do rapto de Jayme Closs começou numa paragem de autocarro

Jake Patterson, raptor de Jayme Closs

Jake Patterson decidiu raptar adolescente quando a viu a entrar para o autocarro da escola. Tentou raptá-la duas vezes, até que conseguiu, matando-lhe os pais e levando-a para uma cabana no meio da floresta

A vida de Jayme Closs mudou no momento em que Jake Patterson, de 21 anos, a viu a entrar para um autocarro escolar. O homem estava a caminho de trabalho quando viu a jovem de 13 anos e decidiu que "aquela era a rapariga que tinha de raptar”.

E foi aí que a vida de Jayme mudou e que o seu rapto chocou os EUA.

De acordo com a acusação, citada pela CNN, Jake tentou raptar Jayme por duas vezes antes de finalmente o conseguir fazer a 15 de outubro. Nesse dia, Jake chegou a casa de Jayme, de quem só soube o nome depois de raptar, e o cão da pré-adolescente começou a ladrar. A menina levantou-se para ver o que se passava e viu um carro a entrar no acesso a casa. O suspeito saiu então do carro e cruzou-se com o pai de Jayme, James, tendo-o baleado na cabeça.

Depois, entrou na casa e procurou pela jovem em todas as divisões. Acabou por encontrar a porta da casa de banho, onde Jayme e a mãe, Denise, se tinham escondido, trancada. Com um tiro, rebentou a fechadura e encontrou as duas abraçadas dentro da banheira. Aí, tentou obrigar Denise a colocar fita adesiva na boca da filha, mas esta recusou-se. Então, Jake amordaçou Jamye, atou-lhe pés e mãos e baleou a mãe da jovem na cabeça. A seguir, arrastou Jamye até ao carro, onde a colocou na bagageira, e conduziu até casa.

A descrição do crime macabro consta da queixa criminal divulgada, esta segunda-feira, pelo procurador do distrito de Barron, Wisconsin, EUA, no mesmo dia em que o suspeito foi presente pela primeira vez a tribunal para ser acusado dos crimes de homicídio intencional, rapto e assalto armado. O juiz James C. Babler decretou ainda uma fiança de cinco milhões de euros, que uma amostra de ADN fosse recolhida, e que Patterson não tenha contacto com os vizinhos que estiveram envolvidos na fuga da jovem.

Jake Patterson ouviu a decisão do juiz através de videoconferência e não apresentou recurso das medidas apresentadas. Volta a tribunal a 6 de fevereiro e pode enfrentar uma pena de prisão perpétua.

Presa a 100 quilómetros de casa

Jayme foi encontrada viva na passada quinta-feira. Magra, com o cabelo despenteado e com uns sapatos maiores do que seria suposto, a menina pediu ajuda a uma senhora que passeava o cão e que rapidamente percebeu de quem se tratava. As duas correram até à casa mais próxima, que pertencia a Kristin Kasinskas, uma professora. Nervosa e certa de quem era a menina, a senhora bateu à porta e implorou por ajuda.

Mas, antes do final feliz, Jayme viveu um verdadeiro pesadelo. 

Depois de ver os pais serem brutalmente assassinados à sua frente, a menina foi levada para uma cabana onde, assim que chegou, foi obrigada a despir-se para que o suspeito pudesse destruir todas as provas. 

Apesar de ter consigo a adolescente mais procurada do país, Jake continuou a receber visitas de amigos e familiares em casa e avisou Jayme que "ninguém podia saber que ela ali estava ou sofreria as consequências". Por isso, quando alguém o visitava, Jake colocava música em casa e obrigava a jovem a esconder-se debaixo da cama de casal que depois rodeava com caixas de roupa carregadas com pesos e com halteres encostados a eles para que Jayme não conseguisse sair dali sem que ninguém notasse.

Para além de a manter cativa, o suspeito chegou a agredir Jayme com violência com um acessório usado para fechar as janelas.

Ao fim de três meses, Jayme conseguiu escapar. A 10 de janeiro, Jake avisou a jovem que ia sair por cinco ou seis horas e obrigou-a a esconder-se debaixo da cama. Depois deste sair, Jayme conseguiu empurrar os pesos e escapar de debaixo da cama. Calçou uns sapatos que encontrou na casa e fugiu até encontrar a mulher a quem pediu ajuda. 

Quando regressou a casa, Jake deparou-se com as pegadas de Jayme no exterior da casa e viu que esta não estava debaixo da cama. De imediato, voltou a pegar no carro e saiu à procura dela. Como não a conseguiu encontrar, regressou a casa e deparou-se com a polícia.

"Nesse momento, o suspeito diz que sabia que tinha sido apanhado", lê-se na queixa citada pela CNN.

Depois de detido pela polícia, Jake Patterson - que, segundo a polícia, agiu sozinho - confessou os crimes e contou como planeou o rapto da jovem: que roubou várias matrículas para o carro não ser descoberto, que desligou a luz de presença do carro, que roubou a arma ao pai e que usou dois pares de luvas para não deixar impressões digitais, que comprou uma máscara e que rapou a barba e o cabelo para não deixar ADN na casa da família Closs.

Sobre os pais de Jayme disse ainda que, tal como da criança, só lhes descobriu o nome quando viu as notícias.

Fotografias de Jayme divulgadas pelas autoridades

 

De volta a casa

Jayme foi internada na quinta-feira num hospital do Minnesota, de onde teve alta no dia seguinte.

Chris Fitzgerald, xerife de Barron, disse à CNN que conheceu a adolescente e revelou que "aquela rapariga de 13 anos, envergonhada, que temos descrito por 88 dias, tinha um grande sorriso na cara". 

A jovem está agora aos cuidados da tia, Jennifer Smith, em Barron, Wisconsin. 

Na segunda-feira, vários membros da família Closs estiveram presentes em tribunal para garantir que vai ser feita justiça.

Continue a ler esta notícia