Nazi de 95 anos e sem nacionalidade foi finalmente deportado para a Alemanha - TVI

Nazi de 95 anos e sem nacionalidade foi finalmente deportado para a Alemanha

  • MVM
  • 21 ago 2018, 21:28
Jakiw Palij

Jakiw Palij foi guarda num campo de concentração onde seis mil judeus foram chacinados num só dia. Saiu finalmente dos Estados Unidos, onde vivia há quase 70 anos

Um ex-guarda do campo de concentração de Trawniki, na Polónia, de 95 anos chegou finalmente à Alemanha depois de um longo impasse no processo de deportação nos Estados Unidos da América.

Jakiw Palij chegou à América em 1949. Conseguiu a cidadania norte-americana em 1957 e vivia em Queens, Nova Iorque.

Só que, em 2003, um juiz revogou a sua cidadania americana. Acresce que Palij nasceu numa zona da Polónia que hoje pertence à Ucrânia e burocraticamente nunca foi um cidadão alemão. Daí, as autoridades norte-americanas não terem até agora convencido a Alemanha, a Ucrânia ou a Polónia a aceitar o ex-guarda nazi.

Agora, já na cidade alemã Düsseldorf, Palij está num lar de idosos, segundo informa a BBC com base em relatórios alemães.

O embaixador dos Estados Unidos em Berlim, Richard Grenell elogiou o novo governo alemão e a "liderança crucial" do presidente Donald Trump na resolução do caso. Já o ministro das Relações Externas, Heiko Maas defende que a Alemanha tinha o "dever moral" de "aceitar e enfrentar os crimes do terror nazi".

Quem é Jakiw Palij?

Em 1943, em plena II Guerra Mundial, Palij ingressou num campo de concentração ocupado pelos nazis em Trawniki, na Polónia. Era aí que milhares de civis eram treinados para se tornarem também guardas noutros campos, como os de Sobibor, Treblinka e Belzec.

Mas foi também em Trawniki, que no dia 3 de novembro de 1943, mais de seis mil judeus foram assassinados, já que o campo fazia parte da operação Reinhard: o plano nazi para matar mais de dois milhões de judeus na Polónia.

De acordo com a BBC, um comunicado da Casa Branca afirma que Jakiw serviu como guarda e desempenhou um "papel indispensável" na morte dos judeus.

Embora um tribunal dos Estados Unidos tenha decidido que ele tinha ajudado na perseguição de judeus, Jakiw não foi considerado pessoalmente responsável pelas mortes. Ele defendeu-se, dizendo que só concordou em trabalhar como guarda porque receava que os nazis matassem a sua família, caso recusasse.

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