Ex-secretário da Defesa de Trump acusa presidente de querer dividir o país - TVI

Ex-secretário da Defesa de Trump acusa presidente de querer dividir o país

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  • Publicado por António Guimarães
  • 4 jun 2020, 09:13

É a primeira vez que James Mattis comenta o mandato do atual presidente dos Estados Unidos

O ex-secretário da Defesa do governo do atual presidente norte-americano, o general James Mattis, que se demitiu em protesto pela retirada da Síria, acusou Donald Trump de querer “dividir” os EUA.

Na minha opinião, Donald Trump é o primeiro presidente que não procura unir os norte-americanos. Em vez disso, ele procura dividir-nos, escreveu Mattis, em texto de opinião divulgado na quarta-feira pela revista The Atlantic.

O antigo homem forte do Pentágono, que se demitiu em 2018, não concorda com a forma como Donald Trump está a reagir à morte do afro-americano George Floyd.

Observei o desenrolar dos acontecimentos desta semana, em cólera e consternado”, prosseguiu, apoiando os manifestantes que reclamam, na sua opinião “com razão”, a igualdade de direitos.

Esta foi a primeira vez que James Mattis comentou a atual presidência desde a sua demissão.

Desde a morte em 25 de maio, em Minneapolis, de George Floyd, um homem negro asfixiado por um polícia branco, uma vaga de cólera histórica levantou-se nas cidades norte-americanas, denunciando o racismo, a violência policial e as desigualdades sociais.

Nós devemos rejeitar e responsabilizar os que, no poder, desprezam a Constituição”, acrescentou Mattis.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Pelo menos nove mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, com o presidente a ameaçar mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.

Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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