Eurodeputado arma bronca ao defender que mulheres devem ganhar menos - TVI

Eurodeputado arma bronca ao defender que mulheres devem ganhar menos

  • 2 mar 2017, 22:29

Janusz Korwin-Mikke arrisca-se a ser sancionado pelas suas ideias machistas. Mais uma vez, as atitudes do eurodeputado polaco de 74 anos criaram confusão e protestos no Parlamento Europeu

Janusz Korwin-Mikke voltou a surpreender no Parlamento Europeu, em Bruxelas. Mesmo que tal possa parecer difícil num eurodeputado, assumidamente de Direita, já conhecido pelas suas posições racistas, antisemitas, por considerar os refugiados como "lixo humano" e até por ter feito a saudação nazi numa sessão. Desta vez, quarta-feira, num debate sobre a desigualdade entre homens e mulheres, voltou a dizer o que ninguém esperava ouvir.

Mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes", foi como o velho Janusz se referiu às mulheres, razões para que devam ter salários mais baixos do que os homens.

A revolta de eurodeputadas e eurodeputados foi imediata, com alguns a pedir uma "sanção exemplar" para o polaco, algo que o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, ainda não revelou se vai fazer. De qualquer modo, nada calou Janusz e as suas teorias, mesmo que pouco ou nada convincentes.

Sabem que posição as mulheres ocupavam nas olimpíadas gregas? A primeira mulher, digo-vos eu, ocupou a posição 800". Sabem quantas mulheres há entre os primeiros 100 jogadores de xadrez? Eu digo: Nenhuma. Então, claro que as mulheres devem ganhar menos do que os homens porque são mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes", afirmou Janusz, de acordo com o jornal espanhol El País.

Protestos e antecedentes

Mesmo na União Europeia, as mulheres ganham em média menos 16% do que os homens, daí o debate que o Parlamento Europeu levou a cabo e que com as posições do eurodeputado polaco se tornou assanhado.

Senhor deputado, segundo as suas teorias, eu não teria o direito de estar aqui como deputada", respondeu a eurodeputada espanhola do PSOE, Iratxe García, acrescentando ainda: "Sei que lhe dói e que o preocupa que hoje nós, mulheres, possamos representar cidadãos em condições igualitárias. Eu venho aqui defender as mulheres europeias de homens como o senhor".

Também espanhola, a eurodpeutada comunista Marina Albiol Guzmán fez questão de divulgar a "machista e infame" intervenção do colega polaco na sua conta de Twitter, devidamente legendada.

Segundo o El País, não é a primeira vez que o deputado choca o Parlamento Europeu. Em 2012, foi sancionado por fazer comentários contra os negros e em 2015 foi obrigado a pagar uma multa de três mil euros e perdeu 10 dias de salário por entrar no hemiciclo a fazer a saudação nazi.

Além disso, Korwin-Mikke considerou os refugiados como sendo "lixo humano" no ano passado, lamentou que as mulheres votem e questionou até se Hitler sabia dos planos para exterminar judeus.

Já em 2015, fez-se notado por não se associar à reprovação dos atentados ocorridos em França, nomeadamente contra o jornal satírico Charlie Hebdo. Mostrou mesmo o seu computador portátil com a mensagem: "Não sou Charlie. Sou a favor da pena de morte".

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