Fazem parte do imaginário coletivo do Japão feudal e são conhecidos como letais assassinos vestidos de preto, que aperfeiçoaram a arte da espionagem, da sabotagem e do assassínio. Agora, centenas de anos mais tarde, o Japão volta a “produzir” um ninja, depois de Genichi Mituhashi ter sido o primeiro a concluir o mestrado em Estudos Ninja, na Universidade de Mie.
Aos 45 anos, Mitusuhashi, que estuda artes marciais há trinta anos, passou dois anos a estudar os vários aspetos da tradição ninja, da sua história a técnicas de sobrevivência.
Estudei o trabalho agrícola que os ninjas faziam durante o dia e treinei artes marciais à tarde”, revelou Mitusuhashi, ao jornal Japan Times. Essa combinação, que diz ser fundamental na autossubsistência do individuo, é o caminho para ser “um verdadeiro ninja”.
Cultivou os seus próprios vegetais e o seu arroz, tendo aberto o seu próprio restaurante. Especialista nas artes marciais do Kung Fu e do Sorinji Kempo, ensina as artes ninja no seu próprio dojo.
Viver de forma independente, garantindo a nossa sobrevivência é uma lição importante para o Japão moderno", afirma. "O mundo para cada um de nós é local e não global. A era da globalização acabou".
Yuji Yamada, professor da Universidade Mie e responsável pelo curso de Estudos Ninja, sublinhou a “devoção” do primeiro ninja formado.
Nós oferecemos aulas históricas e cursos de habilidades ninja. Mas não esperava que ele se envolvesse tão a fundo”, contou Yamada.
A Universidade de Mie abriu o curso de Estudos Ninja em 2018, um ano depois abriu o curso de Estudos Ninja, em Iga, a 350 km de Tóquio, naquela que é considerada pelos historiadores o berço da história ninja.
Para se matricular, os alunos precisam de fazer um exame de história japonesa e um teste de leitura de documentos históricos ninja.