Okinawa vota contra realocação de base militar norte-americana na região - TVI

Okinawa vota contra realocação de base militar norte-americana na região

  • JGF com Lusa
  • 25 fev 2019, 07:23
Porta aviões (LUSA/EPA)

Resultados do referendo mostram que mais de 70% dos eleitores não querem a presença norte-americana no arquipélago

Mais de 70% dos eleitores do arquipélago japonês de Okinawa votaram contra a realocação de uma base militar norte-americana na região, alegando que terá um alto impacto ambiental, num resultado de um referendo anunciado esta segunda-feira.

72,2% dos eleitores do referendo rejeitaram a transferência da base, enquanto 19,1% apoiaram o plano. O referendo, não vinculativo, teve uma taxa de participação de 52,48%.

"Esta é a primeira vez que a população mostrou de forma clara a rejeição do plano", disse o prefeito de Okinawa, Danny Tamaki, que apelou ao Governo para "ter em conta a vontade do povo”.

A base do Corpo de Fuzileiros dos Estados Unidos está localizada no centro da cidade de Ginowan, na ilha principal de Okinawa, mas os governos dos dois países acordaram em 1996 a transferência da base para Henoko Bay, uma área isolada dos centros populacionais, após uma série de incidentes com soldados norte-americanos.

Em novembro passado, um caça F/A-18 Hornet do porta-aviões USS Ronald Reagan despenhou-se no mar a sudoeste de Okinawa, ilha no sul do arquipélago japonês, tendo os dois pilotos sido resgatados sem problemas. Os acidentes nesta região, no sul do Japão, apesar de não serem constantes, acontecem com alguma frequência.

No entanto, a deslocalização tem sido adiada devido à oposição da população local e dos políticos da região que argumentam que o projeto terá um alto impacto ambiental.

Apesar da clara oposição contra a transferência destas instalações, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou hoje que vai em frente com o projeto porque este "não pode sofrer mais atrasos".

"Temos falado com a população de Okinawa e pretendemos continuar a fazê-lo de forma a garantir a sua compreensão", disse Abe, acrescentando que fará “todos os esforços para aliviar o fardo" representada pela presença militar dos EUA.

Em 2016, as autoridades de Okinawa levaram o caso a tribunal para tentar cancelar a transferência, mas o Supremo Tribunal do Japão decidiu a favor de Tóquio.

Cerca de um quinto da superfície da ilha principal de Okinawa é território militar norte-americano e a região abriga mais da metade das quase 47 mil tropas que as forças armadas dos EUA mantêm no Japão e 74% das suas instalações militares no país.

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