Bancos de jardim tapados com grades para afastar sem-abrigo na noite de Natal - TVI

Bancos de jardim tapados com grades para afastar sem-abrigo na noite de Natal

Cidade colocou gradeamento em bancos para afastar sem-abrigo (Twitter)

Medida foi implementada em Angoulame, no sudeste de França e está a gerar muitas críticas

Alguns bancos de jardim estão a ser tapados com gradeamento para afastar os sem-abrigo na cidade de Angouleme, no sudeste de França. A medida foi implementada na véspera do dia de Natal e está a gerar uma forte contestação.

O responsável pela segurança no município, Joel Guitton, justificou a medida à AFP, afirmando que os bancos são «quase todos usados exclusivamente por pessoas que ingerem álcool diariamente» e esclareceu que a decisão foi tomada depois de os comerciantes locais terem alegado que esse tipo de comportamentos afastava os clientes.

Apesar das explicações, as críticas à medida não se fizeram esperar e nas redes sociais muitos marcam protestos contra o que consideram ser «uma enorme falta de empatia» das autoridades de Angouleme.  
 
A cidade de cerca de 40 mil habitantes é governada desde o início do ano por Xavier Bonnefont, de 34 anos, que já foi comparado a Nicolas Sarkozy, uma vez que este também começou por liderar os destinos de uma pequena comunidade. Mas se o responsável era até agora bem visto pela maioria dos habitantes, a julgar pelas opiniões partilhadas no Twitter, esse estado de graça pode estar perto do fim. 
  O gradeamento que forma uma espécie de jaula foi instalado nos bancos da cidade horas antes da ceia de Natal, mas Joel Guitton afirmou à AFP que este facto se tratou de uma «mera coincidência». Para o responsável, a medida não pretende «roubar a dignidade dos sem-abrigo», fazendo parte de um leque de iniciativas que visam tornar a cidade mais segura.

Este tipo de medidas, que pretende afastar os sem-abrigo dos espaços públicos, não é uma novidade na Europa. Em Londres, Inglaterra, gerou-se um grande debate no início do ano quando foram instalados espetos de metal à entrada de um edifício de luxo. A opinião pública ficou indignada e muitas associações não governamentais classificaram-na como «desumana».

 
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