Bruxelas “não intervém na escolha” de secretário-geral da ONU - TVI

Bruxelas “não intervém na escolha” de secretário-geral da ONU

Jean-Claude Juncker

Presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker refuta críticas sobre falta de neutralidade sem muitas palavras

O presidente da Comissão Europeia rejeitou esta terça-feira críticas sobre alegada falta de neutralidade no processo de eleição do futuro secretário-geral das Nações Unidas, afirmando simplesmente que Bruxelas “não intervém na escolha”.

Numa conferência de imprensa em Estrasburgo, França, com a presença do atual líder da ONU, Ban Ki-moon, por ocasião da aprovação do Acordo de Paris sobre o Clima pelo Parlamento Europeu, Jean-Claude Juncker foi questionado sobre críticas que têm sido dirigidas à Comissão Europeia em virtude de membros do seu gabinete terem publicamente apoiado a candidatura da vice-presidente do executivo comunitário Kristalina Georgieva, tendo respondido de forma sucinta.

“A Comissão Europeia não intervém na escolha, que será das Nações Unidas, quanto ao seu próximo secretário-geral”, limitou-se a declarar.

Na semana passada, a búlgara Kristalina Georgieva entrou na corrida à liderança da ONU, apesar de o processo de escolha do sucessor de Ban Ki-moon já decorrer há meses e estar prestes a ser concluído, o que pode mesmo suceder já na quarta-feira, quando os membros do Conselho de Segurança da ONU votarem, numa eleição que tem como favorito o português António Guterres, vencedor das cinco anteriores votações secretas.

Na última madrugada, a Rússia, país com direito de veto no Conselho de Segurança, anunciou que irá apoiar uma mulher da Europa de Leste, sendo que existem apenas duas candidatas, ambas búlgaras, que preenchem esse requisito: Irina Bokova e Geogieva.

Na terça-feira, em Estocolmo, o primeiro-ministro António Costa manifestou-se contra operações diplomáticas “à última hora” na corrida ao cargo de secretário-geral das Nações Unidos e disse esperar que ganhe efetivamente “o melhor”, ou seja, António Guterres, “certamente o melhor candidato, como em cinco votações consecutivas os membros do Conselho de Segurança puderam expressar ao longo destes meses”.

“Achamos que é um passo muito positivo as Nações Unidas, pela primeira vez, terem adotado um processo transparente (…)E por isso não cremos que seja positivo que este esforço de transparência seja comprometido à última hora com operações diplomáticas que desvalorizem aquilo que foi o trabalho de tantos candidatos e candidatas de tantos países e continentes, que ao longo destes meses se submeteram à discussão pública para saber quem é o melhor. O que nós desejamos é que ganhe o melhor”, declarou.

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