Disse que não ia ser presa pela invasão ao Capitólio por ser branca e loira. Agora foi condenada a prisão efetiva - TVI

Disse que não ia ser presa pela invasão ao Capitólio por ser branca e loira. Agora foi condenada a prisão efetiva

Jennifer Leigh Ryan é a décima pessoa condenada a uma pena de prisão efetiva pela invasão de 6 de janeiro

Uma agente imobiliária da cidade de Dallas foi uma das milhares de pessoas que invadiram o Capitólio dos Estados Unidos a 6 de janeiro, numa manifestação de apoio a Donald Trump, que tinha perdido as eleições presidenciais para Joe Biden dois meses antes.

Depois da invasão, e com a sua cara a aparecer em muitas das imagens, Jennifer Leigh Ryan afirmou nas redes sociais que não iria ser presa porque era branca, loira e tinha um bom emprego. Agora, e de acordo com uma sentença proferida esta quinta-feira, a mulher foi condenada a dois meses de prisão efetiva, uma pena mais pesada em relação a outras pessoas presentes na invasão, com a maioria delas a ser condenada a pena suspensa ou a prisão domiciliária.

Definitivamente, não vou para a prisão. Lamento, mas sou loira, de pele branca e tenho um bom emprego e um grande futuro, não vou para a prisão. Não fiz nada de mal", escreveu num tweet publicado a 26 de março.

De acordo com os procuradores, a mulher agora condenada não mostrou remorsos sobre as suas ações, acrescentando que, as declarações de Jennifer Leigh Ryan nas redes sociais mostram um desconhecimento da seriedade dos crimes cometidos.

Apesar de não enfrentar algumas das acusações mais sérias do processo, que chega a julgar crimes de homicídio, a mulher, de acordo com o juiz, esteve entre a multidão que desrespeitou e enfrentou a polícia durante o ataque, num dia que terminou com cinco mortos.

Para participar na manifestação pró-Trump, Jennifer Leigh Ryan voou para Washington num avião fretado por uma amiga que conheceu no Facebook. Já na capital norte-americana, transmitiu a entrada no Capitólio em direto nas redes sociais, participando em cânticos onde se entoava "Lutem por Trump". De seguida, e sempre de acordo com a acusação, publicou uma fotografia no Twitter em que aparece junto a uma janela partida, dizendo mais tarde que merecia uma medalha pelo que fez.

Segundo a defesa, a mulher esteve apenas dois minutos dentro do edifício, não agindo de forma violenta. Os advogados alegaram ainda a Primeira Emenda, que consagra a liberdade de discurso nas redes sociais.

Referindo-se especificamente ao tweet publicado a 26 de março, Jennifer Leigh Ryan escreveu ao juiz, negando que acreditasse estar imune a uma condenação. Na mesma carta, a mulher diz que a referida publicação visava aqueles que gozaram com ela.

Fui atacada e estava a responder", afirmou em tribunal.

Em reação, novamente através do Twitter, a norte-americana diz que não vai presa pelas coisas que disse, mas sim por ter estado dois minutos no Capitólio.

Jennifer Leigh Ryan é a décima pessoa a ser condenada a uma pena de prisão efetiva na sequência da invasão de 6 de janeiro, num processo que tem mais de 650 acusações.

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