NATO aumentou despesas com defesa em 3,8% no ano passado - TVI

NATO aumentou despesas com defesa em 3,8% no ano passado

O Secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg (LUSA/EPA)

Numa antecipação da cimeira de ministros de Defesa da Aliança Atlântica, quarta e quinta-feira em Bruxelas, Jens Stoltenberg disse que o aumento dos gastos e do investimento em defesa estará no topo da agenda

Os estados membros da NATO e o Canadá aumentaram em 3,8% as despesas com defesa em 2016, representando um crescimento de dez mil milhões de dólares. Isto mesmo foi anunciado esta terça-feira pelo secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg.

Em conferência de imprensa na sede da NATO, em Bruxelas, Jens Stoltenberg declarou que o valor alcançado em 2016, um aumento de 3,8% em termos reais, representando dez mil milhões de dólares, "é mais alto do que o previsto" e "é um passo importante na direção certa, mas não é o suficiente".

Numa antecipação da cimeira de ministros de Defesa da Aliança Atlântica, quarta e quinta-feira em Bruxelas, Jens Stoltenberg disse que o aumento dos gastos e do investimento em defesa e a "partilha das responsabilidades" estará no topo da agenda.

O combate ao terrorismo e às ameaças a sul, o reforço da estrutura de comando da organização, as relações transatlânticas e o apoio ao Iraque, Jordânia e Tunísia na formação e treino das respetivas forças serão outros temas da reunião de ministros da Defesa da NATO.

Jens Stoltenberg disse que durante a cimeira será reforçada a ideia de que todos os estados-membros concordaram em aumentar os seus orçamentos com a defesa e que "todos têm de cumprir" esse objetivo.

"Não esperamos que todos cumpram o objetivo dos 2% [do Produto Interno Bruto] ao mesmo tempo e imediatamente", ressalvou, afirmando ter consciência de que alguns países atravessam dificuldades financeiras.

Além dos EUA, apenas quatro países aliados cumpriram a meta: Reino Unido, Estónia, Polónia e a Grécia. Quanto a Portugal, segundo dados do Ministério da Defesa, as despesas com a defesa atingiram 1,37% do PIB em 2016.

"Se reduzimos as despesas com a nossa defesa quando as tensões desciam, temos de ser capazes de aumentá-las quando as tensões aumentam como está a acontecer agora", argumentou.

Questionado pelos jornalistas, o secretário-geral da NATO admitiu que o tema dos gastos em defesa e a necessidade de haver uma "partilha de responsabilidades mais justa" foi um dos "tópicos principais" abordados nos dois telefonemas que teve com o presidente norte-americano, Donald Trump.

Jens Stoltenberg frisou que Donald Trump participará na cimeira dos líderes dos países da NATO, no final de maio, altura em que se ficará a saber a posição dos EUA neste tema de forma mais concreta.

Quanto à relação transatlântica, Jens Stoltenberg disse que o empenho dos EUA para com a NATO é visível "não só em palavras mas também em atos", destacando que "pela primeira vez em muito tempo os EUA aumentaram a presença na Europa".

"A força da NATO não é só boa para a Europa, é boa para os EUA, que têm na Europa países amigos e aliados, como vimos no 11 de setembro, a única vez em que o artigo 5.º (que garante a defesa coletiva] foi invocado" na história da Aliança Atlântica.

 

ATO.

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