Mulher vive apenas com metade do cérebro - TVI

Mulher vive apenas com metade do cérebro

  • BM
  • 31 mar 2017, 18:10
Cérebro [Reuters]

Foi diagnosticada com uma doença neurológica rara, que é caracterizada por uma inflamação crónica. Por isso, os médicos decidiram retirar-lhe a parte do cérebro que estava afetada

Uma norte-americana de 25 anos vive com apenas metade do cérebro há mais de duas décadasJodie Graves foi diagnosticada em pequena com uma doença neurológica rara, a Encefalite de Rasmussen, que afeta um dos lados do cérebro.

Tenho apenas metade do cérebro. Quando as pessoas me conhecem não fazem a menor ideia”, contou Jodie à BBC.

Quando tinha apenas três anos, Jodie começou a ter convulsões com frequência.

Só consigo lembrar-me da minha primeira convulsão. Estava a brincar no jardim de infância e a recordação seguinte que tenho é a de estar dentro de uma ambulância”, lembrou.

No dia seguinte, Jodie teve uma nova convulsão. A partir daí, começaram a ocorrer com frequência, mais precisamente "a cada três minutos".

A Jodie estava constantemente a cair para o lado esquerdo. Chegou a um ponto em que um de nós [dos pais] tinha de estar sempre ao lado dela”, recordou a mãe de Jodie, Lynn.

Para os médicos, “a única maneira de tratá-la era removendo a metade do cérebro que estava afetada” e esperar que as funções cerebrais do lado direito fossem compensadas pelo esquerdo.

Durante a infância, o cérebro está mais elástico. E se for alterado nesse momento tem uma maior capacidade para reorganizar as suas funções”, explicou a professora de Neurociência e Neurologia, Amy Bastian, da faculdade de Medicina da prestigiada Universidade de John Hopkins, em Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos.

Jodie Graves foi submetida à arriscada cirurgia tinha apenas três anos. A operação foi um sucesso e as convulsões não se repetiram.

E, para surpresa dos médicos, ainda antes da intervenção cirúrgica terminar, as funções cerebrais de Jodie foram reativadas. A cirurgia afetou-lhe, no entanto, a mobilidade do lado esquerdo, concretamente no braço e na perna.

Sou uma pessoa muito otimista e várias vezes brinco dizendo que os médicos tiraram o lado mau do meu cérebro e deixaram o feliz”, afirmou Jodie Graves.

Apesar daquilo por que passou, esta norte-americana diz que a sua vida “não é diferente da dos outros”.

Estou casada há quatro anos e levo uma vida independente, ao lado do meu marido. Fico feliz que os meus pais tenham feito o que fizeram. Nunca estaria onde estou hoje, se não tivesse feito a cirurgia ou tivesse esperado mais tempo.”

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