'Super bactéria' descoberta nas águas do Rio de Janeiro - TVI

'Super bactéria' descoberta nas águas do Rio de Janeiro

Pessoas a jogar futebol numa praia do Rio de Janeiro (Reuters)

Bactéria foi detetada em praias que vão receber os Jogos Olímpicos, já no próximo mês. Trata-se de um ser vivo multiresistente e acredita-se que o organismo tenha chegado às águas das praias pelo sistema de esgotos que vem de hospitais e são canalizados para a baía de Guanabara, no Rio de Janeiro

Foi detetada a presença de uma 'super bactéria' resistente a antibióticos em cinco praias do sul do Rio de Janeiro. A descoberta é de cientistas brasileiros do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no local que vai acolher os Jogos Olímpicos já no próximo mês.

Uma investigação realizada em 2014 já tinha detetado a bactéria nas praias de Botafogo e Flamengo, no entanto, as amostras de água recolhidas até ao final de 2015 mostram que, afinal, também existe nas praias de Ipanema, Leblon e Copacabana.

O palco dos Jogos Olímpicos, que começam exatamente daqui a um mês, enfrenta agora um problema: é que as praias onde foi detetada a “super bactéria” vão receber algumas das provas. A praia de Copacabana deverá receber a competição de triatlo e a maratona aquática e as praias de Flamengo e de Botafogo serão o palco da prova de vela, de acordo com o calendário de provas divulgado.

De acordo com a CNN, a fragilidade do saneamento da cidade deverá ser o principal motivo da presença da 'super bactéria'. Em declarações ao mesmo canal, o diretor da Companhia Estadual das Águas e Esgotos, Edes de Oliveira, explicou que mais de metade das águas residuais são tratadas:

51% das águas residuais da cidade são agora tratadas”, explicou o diretor, acrescentando que “há sete anos atrás este valor estava apenas nos 11%."

A um mês da estreia dos Jogos Olímpicos, um membro da equipa paralímpica alemã de vela apanhou uma infeção grave na pele, após um treino na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Heiko Kroger, colega do atleta, acredita que a causa da infeção do alemão seja a 'super bactéria'.

A investigação desenvolvida por Renata Picão refere que a bactéria tem tendência a afetar pessoas com um sistema imunitário mais vulnerável:

Onde o organismo se conseguir instalar, ele tem capacidade de causar infeção. Pode ser no trato urinário, nos pulmões, na corrente sanguínea, ou no sistema nervoso central, causando meningites, e infeções gastrointestinais”, explicou a investigadora.

Para já, não está previsto que as provas mudem o local onde vão ser executadas, no entanto, o alerta foi deixado para que, no caso de haver contágio, os médicos saberem que estão a lidar com uma bactéria resistente a antibióticos. 

Continue a ler esta notícia