Um enviado do Dalai Lama apelou esta sexta-feira ao cancelamento da passagem da estafeta da chama olímpica pelo Tibete, que considerou uma provocação, numa altura em que a China enfrenta protestos internacionais depois da repressão dos protestos tibetanos.
«A ideia de fazer passar a chama olímpica pelo Tibete deveria ser cancelada, precisamente porque seria uma provocação deliberada, um grande insulto», disse em Washington Lodi Gyari, enviado do Dalai Lama em declarações perante o Congresso dos Estados Unidos.
A chama olímpica passará em Maio pelo Tibete, para subir ao monte Evereste e depois uma segunda vez em Junho, de passagem por Lassa, capital tibetana, palco em Março dos maiores protestos desde 1989 contra o domínio chinês sobre a região.
A China respondeu já aos comentários de Lodi Gyari, afirmando que o apelo do enviado tibetano é uma tentativa de boicotar os Jogos Olímpicos, que decorrem entre 08 e 24 de Agosto.
«A chama é o mais alto símbolo do espírito olímpico, representa a paz, a amizade e o progresso. O facto do grupo do Dalai Lama pedir o cancelamento da maratona da chama demonstra que, na realidade, eles querem sabotar os Jogos Olímpicos de Pequim», afirmou aos jornalistas Zhu Jing, porta-voz da organização dos Jogos.
A China chama «grupo do Dalai Lama» ao governo tibetano no exílio, que diz que a repressão chinesa para esmagar os protestos de Março fez 140 mortos tibetanos e cerca de mil feridos.
Pequim nega estes números e acusa os manifestantes tibetanos de terem morto 18 «vítimas inocentes» e dois policias.
Tibete: Dalai Lama contra Tocha Olímpica
- Portugal Diário
- 4 abr 2008, 08:48
Primeira passagem prevista para Maio, para subir ao monte Evereste. Segunda em Junho, por Lassa, capital tibetana, palco em Março dos maiores protestos desde 1989 contra o domínio chinês
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