Jornalista sequestrado pelo Estado Islâmico há seis anos pode estar vivo - TVI

Jornalista sequestrado pelo Estado Islâmico há seis anos pode estar vivo

  • Sofia Santana
  • 5 fev 2019, 16:21
John Cantlie

Esta é a convicção do governo do Reino Unido, que foi transmitida pelo ministro da Segurança britânico, Ben Wallace, durante um encontro com repórteres internacionais. As declarações foram recebidas com surpresa pelos familiares mais próximos de Cantlie. Até aqui, todos os comunicados de oficiais britânicos sugeriram que o mais provável era o britânico estar morto

O jornalista britânico John Cantlie, sequestado pelo Estado Islâmico há seis anos, pode estar vivo. Esta é pelo menos a convicção do governo do Reino Unido, que foi transmitida pelo ministro da Segurança britânico, Ben Wallace, durante um encontro com repórteres internacionais.

Cantlie, em fotojornalista experiente, foi raptado na Síria em 2012. Pensa-se que terá sido raptado juntamente com o norte-americano James Foley, que acabou decapitado pelo Estado Islâmico.

O ministro Ben Wallace falava sobre raptos de jornalistas a nível mundial, quando explicou que o Reino Unido não paga resgates e desencoraja qualquer outro país a fazê-lo.

A este propósito, o ministro referiu-se a Cantlie como o refém britânico mais conhecido. Questionado diretamente se ainda há a convicção de que Cantlie está vivo, o governante respondeu que sim, mas recusou dar mais detalhes sobre o assunto.

Esta é a primeira vez que uma entidade oficial revela que se pensa que o jornalista está vivo. 

As declarações foram recebidas com surpresa pelos familiares mais próximos de Cantlie, de acordo com o correpondente da BBC para notícias sobre segurança Frank Gardener.

A BBC nota que, até aqui, todos os comunicados de oficiais britânicos sugeriram que o mais provável era o britânico estar morto e, segundo o que a estação apurou, não há dados ou informações novas que permitam inferir o contrário.

Cantlie foi raptado pela primeira vez por jihadistas em julho de 2012, juntamente com o fotojornalista holandês Jeroen Oerlemen. Foi libertado uma semana depois com a ajuda de rebeldes do Exército Livre da Síria (Free Syrian Army).

Numa entrevista dada à BBC, após o seu regresso ao Reino Unido, o jornalista recordou os momentos de horror que viveu durante essa semana.

Quando estás em cativeiro tens uma venda nos olhos, um homem a apontar-te uma arma à cabeça, é tudo muito real. Foi-nos dito que nos íamos encontrar com o nosso Deus, que íamos semear as sementes da nossa própria destruição.”

Mas estes momentos de terror não o demoveram de voltar à Síria para cobrir o conflito, em novembro de 2012. E, pouco tempo depois de ter chegado a território sírio, acabou novamente sequestrado.

Desde que foi raptado, em 2012, o repórter surgiu em vários vídeos divulgados pelos jihadistas como prisioneiro, vestindo um fato de macaco cor de laranja. No último clip em que apareceu, divulgado em dezembro de 2016, Cantlie disse que estava em Mossul, no Iraque.

Estamos no centro de Mossul e atrás de mim parece decorrer uma cena de um filme do Steven Spielberg, só que isto é a realidade.”

Continue a ler esta notícia