EUA merecem presidente "que seja admirado, não de que se riam", diz ex-secretário de Estado - TVI

EUA merecem presidente "que seja admirado, não de que se riam", diz ex-secretário de Estado

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  • 19 ago 2020, 07:33
John Kerry

John Kerry fez um dos discursos mais duros contra Trump na Convenção Democrata

O ex-secretário de Estado norte-americano John Kerry afirmou na terça-feira que o país merece "um Presidente que seja admirado, não de que se riam", num dos discursos mais duros contra Trump na Convenção Democrata.

"Quando este Presidente vai ao estrangeiro, não está numa missão de boa vontade, está numa série de trapalhadas. Rompe com os nossos aliados e escreve cartas de amor a ditadores. Os Estados Unidos merecem um Presidente que seja admirado, não de que se riam", disse Kerry, num discurso gravado em vídeo e transmitido no segundo dia da Convenção Democrata, que marcou a nomeação oficial de Joe Biden como candidato às eleições presidenciais de 03 de novembro.

Kerry, ele próprio nomeado candidato à presidência em 2004, acusou Trump de não fazer frente à Rússia.

"Este é o ponto principal: os nossos interesses, os nossos ideais e os nossos corajosos homens e mulheres de uniforme não podem permitir-se mais quatro anos de Donald Trump", disse.

O ex-secretário de Estado referiu também que Trump se recolheu no abrigo subterrâneo da residência oficial, no final de maio, quando manifestantes atiraram pedras e tentaram forçar barreiras policiais, durante as manifestações contra o racismo e a violência policial originadas pela morte do afroamericano George Floyd às mãos da polícia.

"As nossas tropas não podem escapar ao perigo escondendo-se no 'bunker' da Casa Branca. Precisam de um Presidente para os defender, e o Presidente Biden fá-lo-á", acrescentou.

Kerry salientou que antes de Trump se tornar Presidente em 2017, falava-se muito de "excecionalismo americano". "A única coisa excecional sobre a política internacional inconsistente de Trump é que isolou a nossa nação mais do que nunca", acusou.

Os Democratas confirmaram na terça-feira a nomeação do ex-vice-Presidente Joe Biden como candidato contra Donald Trump nas presidenciais dos Estados Unidos, em 03 de novembro.

Sem surpresa, a maioria dos delegados escolheu Biden para enfrentar o Presidente republicano, durante o segundo dia da convenção do partido, realizada de forma inteiramente virtual, por causa da pandemia da covid-19.

Biden conseguiu o apoio de 3.558 delegados, em comparação com 1.151 para o senador mais à esquerda Bernie Sanders.

O antigo Presidente Bill Clinton e o antigo secretário de Estado John Kerry, candidato à presidência em 2004, foram as estrelas desta segunda noite, marcada igualmente pela presença do antigo Presidente Jimmy Carter, com 95 anos.

A convenção democrata, em modo virtual, decorre na cidade de Milwaukee, no estado do Wisconsin, até quinta-feira, altura em que Joe Biden deverá fazer o discurso de aceitação da candidatura democrata.

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