«Vou deixar um legado no Flamengo e no futebol brasileiro» - TVI

«Vou deixar um legado no Flamengo e no futebol brasileiro»

Flamengo-Goiás (fotos: Alexandre Vidal / Flamengo)

Jorge Jesus tornou-se no treinador estrangeiro com mais jornadas na liderança do Brasileirão

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Jorge Jesus tornou-se no treinador estrangeiro com mais jornadas na liderança do Brasileirão. O técnico do Flamengo está há nove rondas na frente do campeonato brasileiro, mais uma do que Diego Aguirre, que detinha a marca até agora.

Mas o técnico português, questionado pelos jornalistas sobre esse feito após a vitória sobre o Atlético Mineiro, desvalorizou a questão.

«Isso para mim não é importante, o mais importante é continuarmos a ganhar. Temos um objetivo que é chegarmos ao fim do campeonato em primeiro, com muitos ou com poucos pontos, não interessa», apontou, frisando depois.

«Quando eu cheguei aqui havia um patinho feio na equipa que era o Arão, hoje é o ídolo da torcida. Por isso vamos continuar a olhar para o Flamengo como um todo, não pelo Mister ou jogador A ou B, mas sim por aquilo que é o mais importante, que é o Flamengo.»

Questionado sobre o trabalho que tem feito com Vitinho, que fez uma grande exibição no jogo (com um golo e duas assistências), para aumentar a confiança do jogador, Jesus afirmou:

«Claro que quando se joga no Flamengo ou se treina o Flamengo é preciso saber conviver com a pressão. Esse é um dado importantíssimo. Não sentir que a camisola é pesada. Nem todos têm a mesma capacidade emocional. O Vitinho foi determinante não só pela assistência ou pelo exceletne golo. É um jogador que, se não se sentir acarinhado, tem dificuldade de conviver com a situação. Por isso foi importante a ovação dos adeptos.»

O técnico português falou então um pouco mais do trabalho que tem feito com os atletas do Flamengo. «É uma equipa que em três meses parece que trabalha comigo há três anos. Isso é fácil pela qualidade dos jogadores. Penso que vou deixar um legado não só no Flamengo, mas no futebol brasileiro. A nossa forma de jogar é totalmente diferente de todas as equipas. Não digo que é melhor ou pior, mas é minha.»

«E se ganharmos pode ficar um legado porque só deixa raízes quem ganha. Vamos deixar muitas das ideias que trouxemos. Sentimos orgulhoso do nosso trabalho e também por estarmos no Flamengo», frisou.

 

Questionado sobre o carinho que os adeptos do Flamengo lhe dedicam, Jesus afirmou: «Quem é que não gosta de ser acarinhado e reconhecido pelo seu trabalho? Todos nós, mas eu não me iludo. Tenho 30 anos como treinador e sei como o futebol pode ser cruel, como se passa de bestial a besta. Estamos a falar de paixão, que é o que eu sinto no Brasil. No Flamengo, é fora do comum. Fico triste por ver todas as semanas adeptos invadirem os centros de treino das equipas. As únicas equipas em que isso não acontece são o Flamengo e o Santos, mas já aconteceu no aeroporto.»

«Acho que esse não é o caminho. A paixão pelo clube não é só quando se ganha, mas é também sofrer com eles. Queria deixar aqui um pedido: não tratem assim os jogadores e as equipas. Não é assim que eles vão dar a volta. Essa é a única nota que me incomoda», apontou o técnico.

Jorge Jesus foi ainda questionado sobre a possibilidade de um dia assumir o comando da Seleção Brasileira. «Ninguém tem dúvidas de que a Seleção Brasileira é uma das melhores do mundo, tem os melhores jogadores e um excelente técnico. Estou a fazer meu trabalho no Flamengo. Vim com o objetivo desportivo no Flamengo. Não sei se vou alcançar, já estive mais longe. E esse é o meu foco», apontou.

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