Fotógrafa premiada morta no Afeganistão - TVI

Fotógrafa premiada morta no Afeganistão

Ataque na véspera das eleições presidenciais deixa outra jornalista em estado grave

Um comandante da polícia disparou sobre duas jornalistas estrangeiras no Afeganistão, revelaram fontes oficiais citadas pela BBC. Uma delas morreu e a outra está em estado grave.

A vítima mortal é a fotógrafa alemã Anja Niedringhaus, de 48 anos, vencedora de um prémio Pulitzer em 2005 (veja o trabalho dela aqui). A jornalista canadiana Kathy Gannon foi ferida e a sua situação é estável.

As duas jornalistas trabalhavam para a Associated Press, tinham larga experiência na região e estavam acompanhadas de um representante da Comissão Eleitoral Independente.

O ataque aconteceu na província de Khost, perto da fronteira com o Paquistão, e surge na véspera das eleições presidenciais que os rebeldes talibãs pretendem desestabilizar. A segurança foi reforçada no Afeganistão para assegurar que as eleições de sábado decorrem sem incidentes.

Polícia confundiu o carro com o dos rebeldes

O presidente Karzai expressou a sua tristeza pelo incidente e afirmou que vai investigar o que aconteceu.

Já o porta-voz do Ministério do Interior afirmou que o polícia que baleou as mulheres comandava uma unidade policial, que tinha sido alvo, há menos de 48 horas, de um ataque de morteiro dos rebeldes na fronteira do Paquistão.

De acordo com Sidiq Siddiqi, o polícia pode ter confundido o carro das jornalistas com o carro dos rebeldes, uma vez que a polícia não sabia que as mulheres se encontravam naquela área.

Conheça melhor as jornalistas

Anja Niedringhaus, de 48 anos, era uma fotojornalista alemã que fazia parte da equipa que ganhou um Pulitzer em 2005 com a cobertura da guerra no Iraque.

Já a canadiana Kathy Gannon, de 60 anos, que foi chefe da delegação da AP durante muitos anos é atualmente correspondente especial na região. A jornalista foi baleada duas vezes e teve de ser operada, estando estável.

«Anja e Kathy passaram muitos anos no Afeganistão a cobrir o conflito e as pessoas», afirmou o diretor-executivo da AP, Kathleen Caroll, acrescentando: «Anja era vibrante, uma jornalista dinâmica, bem-amada pelas suas fotografias perspicazes, pelo seu coração quente e alegria de viver. Estamos desolados com a sua morte».

Notícia inicialmente inserida às 9:05
Continue a ler esta notícia