Fotógrafo português detido na Venezuela - TVI

Fotógrafo português detido na Venezuela

11 jornalistas foram detidos e 20 ficaram feridos quando cobriam os protestos

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Onze jornalistas foram detidos e, pelo menos, 20 ficaram feridos na Venezuela, entre quarta-feira e domingo, quando faziam a cobertura de protestos da oposição, denunciou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP).

Num comunicado divulgado em Caracas, o SNTP faz um balanço da situação dos jornalistas, precisando que «cinco foram espancados e feridos pela Guarda Nacional e cinco foram roubados por funcionários dos mesmos corpos de segurança, que além de lhes tirarem o material e o equipamento de trabalho, também os deixaram sem objetos pessoais como os telemóveis».

Na lista de nomes dos profissionais agredidos está o do fotógrafo freelancer português, Eduardo Leal, que foi atacado quando cobria uma manifestação de estudantes opositores em Caracas e esteve várias horas detido pela polícia.

Organizações portuguesas condenam violência

Organizações portuguesas enviaram à embaixada da Venezuela em Lisboa mensagens de solidariedade para com o povo e o Governo na sequência da violência que já provocou três mortos e dezenas de feridos.

«Nas missivas podem ler-se palavras de apoio às ações que tem tomado o Presidente Nicolás Maduro para combater o plano de conspiração da oposição venezuelana que pretende gerar desestabilização e mortes no país» explica um comunicado divulgado pela representação diplomática.

Segundo a Embaixada da Venezuela em Lisboa, as notas de solidariedade foram enviadas pelo «Partido Comunista Português (PCP), pelo Conselho Português para a Paz e a Cooperação, pela Cooperativa Mó de Vida e pessoas afins ao processo revolucionário» venezuelano.

EUA «promove e legitima» desestabilização

O Governo da Venezuela acusou os Estados Unidos de tentarem «promover e legitimar os esforços para desestabilizar» a democracia do país.

Em comunicado, o Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros sustenta que o Governo «rejeita categoricamente as declarações do Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, na medida em que estas representam mais uma manobra do Governo de Washington» de exercer uma influência indevida em Caracas.

Três funcionários da embaixada dos EUA expulsos

Nicolás Maduro acusou, numa declaração ao país feita a partir do palácio presidencial de Miraflores, que foi transmitida em simultâneo e de forma obrigatória pelas rádios e televisões venezuelanas, três funcionários da embaixada dos Estados Unidos em Caracas de conspirarem para encetar um golpe de Estado.

«Que nos respeitem porque o nosso país não se mete nos assuntos internos de ninguém (...). Mas como esta pátria se respeita eu dei a ordem ao ministro dos Negócios Estrangeiros para (...) expulsar do país estes três funcionários consulares da embaixada dos Estados Unidos da América na Venezuela», disse.

México lamenta violência

O Governo do México lamentou a violência registada quarta-feira no final de uma manifestação e apelou ao diálogo para solucionar diferenças. Em comunicado, a Secretaria das relações Externas lamentou os atos de violência e expressou condolências às famílias dos três mortos.

Opositor convoca marcha para se apresentar à Justiça

O dirigente da oposição venezuelana, Leopoldo López, convocou os venezuelanos para o acompanharem terça-feira numa marcha até ao Ministério do Interior, Justiça e Paz, onde quer «dar a cara» às acusações do Governo contra si.

O líder do partido Vontade Popular é procurado pelas autoridades. É acusado pelo Governo de estar envolvido nos acontecimentos violentos que provocaram três mortos e dezenas de feridos durante as últimas manifestações.

«Estarei aí para dar a cara. Disseram durante os últimos dias que me querem ver preso, aí estarei para dar a cara. Eu não tenho nada a temer, não cometi nenhum delito. Tenho sido um venezuelano comprometido com o nosso país, com o nosso povo, com a Constituição e com o nosso futuro», disse Leopoldo López num vídeo divulgado através do Youtube.
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