MNE de Timor-Leste justifica expulsão de portugueses - TVI

MNE de Timor-Leste justifica expulsão de portugueses

Timor Leste (Reuters)

José Luís Guterres afirmou que o país prefere pessoas com mais capacidade, profissionalismo e que defendam os interesses nacionais

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O ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste justificou, em declarações à TSF, a ordem de expulsão de sete funcionários portugueses. Segundo José Luís Guterres, Timor-Leste quer pessoas com mais capacidade, profissionalismo e que defendam os interesses nacionais.
 
Esta terça-feira de manhã, o MNE de Timor-Leste afirmou que, apesar do governo querer profissionais mais qualificados, as portas de Dili continuam abertas para todos os portugueses. No entanto, Luís Guterres negou que a ordem de expulsão esteja relacionada com a investigação por alegados casos de corrupção que envolvem responsáveis timorenses.
 
O governante revelou ainda que Xanana Gusmão já explicou a situação a Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho.


Fretilin apela ao PR timorense para assumir funções de garante da Constituição


 A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente apelou hoje ao Presidente timorense, Taur Matan Ruak, para assumir as funções de garante da Constituição e do normal funcionamento do Estado na sequência da expulsão do país de funcionários judiciais internacionais.

A Fretilin faz o «veemente apelo ao Presidente da República no sentido de assumir as suas funções de garante da Constituição e do normal funcionamento dos órgãos de soberania e das instituições do Estado», refere o partido, em comunicado divulgado à imprensa após uma reunião extraordinária da Comissão Política Nacional.

Este órgão do partido reuniu-se para debater a situação político-institucional no país, depois de o Governo de Timor-Leste ter ordenado na segunda-feira a expulsão de oito funcionários judiciais internacionais, sete portugueses e um cabo-verdiano, e de uma outra resolução, na semana passada, em que suspendia os contratos com todos os trabalhadores internacionais do setor e determinava a realização de uma auditoria à área da justiça.

No comunicado, o partido, único na oposição no parlamento timorense, exige também ao hemiciclo para que "pare de pretender deliberar sobre questões" para as quais não tem competências, conforme previsto na Constituição do país. O partido exorta o «Governo e o primeiro-ministro a não ultrapassar os limites da sua competência de apoio ao setor de Justiça e que deve evitar fazer decisões que contribuam simplesmente para inibir os profissionais de justiça e criar conflitos institucionais».

No documento, a Fretilin manifesta a sua «posição de defender intransigentemente o Estado de Direito Democrático com todos os valores e princípios plasmados na Constituição e nas leis» do país, bem como para continuar a contribuir para o desenvolvimento das capacidades das instituições do Estado, nomeadamente dos órgãos de soberania.

O partido reafirma igualmente que os «órgãos políticos e legislativos de soberania, nos seus atos, devem priorizar o reforço das suas próprias capacidades e na produção de diplomas legais e de quadro regulador». «Os seus atos devem igualmente indicar a preocupação em garantir um quadro jurídico com harmonia, claro e de fácil interpretação, uma administração competente onde prevalece um grau elevado de justiça, uma boa governação», refere.

No documento, a Fretilin lembra que os tribunais e o Ministério Público possuem Conselhos Superiores para atuar por «iniciativa própria ou mediante requerimento de outros órgãos ou de cidadãos no sentido de proceder a inspeção ou auditoria sobre o funcionamento interno e na tomada de medidas disciplinares apropriadas para corrigir os eventuais erros».


 
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