Presidente da Guiné-Bissau demite Governo - TVI

Presidente da Guiné-Bissau demite Governo

José Mário Vaz

Estão também proibidas manifestações junto ao palácio de José Mário Vaz

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu, nesta terça-feira, o Governo do primeiro-ministro Baciro Djá por este não ter conseguido aprovar no Parlamento o seu programa de ação e o Orçamento Geral do Estado.

No decreto presidencial lido na rádio nacional guineense, José Mário Vaz justificou a sua decisão com o respeito pelos preceitos constitucionais que mandam que o Governo seja demitido caso não possua os dois instrumentos de governação.

O chefe do Estado guineense considerou ainda que o Governo de Baciro Djá não foi capaz de ultrapassar o bloqueio que se assiste no Parlamento onde os dois principais partidos, PAIGC e PRS, não se entendem há mais de um ano.

Para José Mário Vaz, o país vive "uma grave crise" que requer a intervenção do chefe de Estado.

Foram também proibidas quaisquer manifestações junto ao Palácio da Presidência, lê-se num comunicado, conhecido nesta terça-feira.

O documento, assinado pelo então ministro da Administração Territorial, Sola Nquilin, dá conta da proibição de qualquer manifestação ou marcha na Praça dos Heróis Nacionais e no largo da Câmara Municipal de Bissau, ambos os locais nas imediações do Palácio da Presidência.

A medida visa garantir liberdade de circulação aos cidadãos que não adiram às manifestações que têm sido organizadas pelo Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados contra a crise política que afeta o país há 15 meses.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos pediu já a "revogação imediata" da proibição.

Também em comunicado, a Liga considera que a interdição se trata de uma "decisão inconstitucional e uma afronta" ao Estado de direito democrático.

Para a organização, o anúncio feito pelo ministro da Administração Territorial "é um ato vergonhoso" para um país que proclama ser democrático.

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