Mourinho: «Fui um apanha-bolas de topo, sabia onde queriam a bola» - TVI

Mourinho: «Fui um apanha-bolas de topo, sabia onde queriam a bola»

Mourinho

Português voltou a falar do lance que originou o quarto golo do Liverpool frente ao Barcelona e explicou ainda o que faltou ao Ajax para levar de vencida o Tottenham

José Mourinho voltou a analisar os dois jogos das meias-finais da Liga dos Campeões. O técnico português destacou a importância do papel do apanha-bolas no golo que deu a qualificação do Liverpool frente ao Barcelona, relembrando os dias em que tinha o mesmo papel.

«Gostaria de falar do apanha-bolas. Estive num clube que nunca percebeu a importância do apanha-bolas. Quando queres que a tua equipa lance rápido, o apanha-bolas deve saber. A bola tem de chegar rápido. Os apanha-bolas, numa boa estrutura, tem um papel importante. Fui apanha-bolas e era um de topo. Sabia exatamente onde os jogadores queriam a bola. Na marcação de cantos, eu sabia que o jogador queria a bola em determinada parte. Eles nem precisavam de tocar nela», começou por dizer, em declarações à estação russa RT antes de desenvolver o raciocínio.

«O miúdo foi muito inteligente. O Alexander-Arnold tem uma leitura fantástica da situação. Viu tudo e isso é o que diferencia os grandes jogadores. E, depois, mérito do Origi que marcou. O cruzamento não é fácil.»

Mourinho considerou que o Barcelona foi ingénuo e recordou um episódio semelhante que viveu quando orientava o Chelsea.

«Olhei para o meu histórico de jogos na Liga dos Campeões e só lembro ingenuidade semelhante num encontro entre Chelsea e Bayern Munique. Estávamos a ganhar por 4-1, em casa. De repente, estão duas bolas em campo e o meu jogador deixou a bola que estava a contar para ir pontapear a outra. A posse de bola passou para o Bayern Munique, aos 89 minutos. Cometemos uma grande penalidade e a eliminatória ficou 4-2», contou.

Em relação ao duelo entre Ajax e Tottenham, o ex-treinador do Manchester United elogiou a postura holandesa. No entanto, Mou frisou que a falta de estratégia de Ten Hag acabou por trair a sua equipa.

«O Ajax deixou o jogo correr, sempre com a mesma postura. O futebol é cruel, sei disso. O Ajax continuou a jogar da mesma forma e é verdade que o Ziyech acertou ao poste. Se marcasse, o jogo acabava. Do ponto de vista estratégico, o Tottenham esqueceu a sua filosofia e tentou um milagre. Sempre que o Tottenham saiu longo, o Ajax sentiu dificuldades. Não é possível jogar sempre com a mesma filosofia do primeiro ao último minuto», defendeu.

O «Special One» acrescentou ainda que a estratégia de Pochettino foi semelhante à que o Man. United usou na final da Liga Europa contra o conjunto de Amesterdão.

«Quero dar crédito ao Ajax pelo futebol que joga e pela qualidade que tem. São uma equipa fenomenal, mas se queres ganhar, precisas de estratégia. O Ajax perdeu a nal contra o Manchester United e a meia-final contra o Tottenham pela mesma razão. A estratégia foi usar o Fellaini num jogo e, desta vez, foi o Llorente. Devem repensar este aspeto, se quiserem realmente ganhar. O trabalho de Ten Hag é praticamente intocável. É um treinador jovem e tenho a certeza que já percebeu que o futebol não pode ser só filosofia», concluiu.




 

Continue a ler esta notícia