O presidente de uma associação de imigrantes venezuelanos na Colômbia manifestou o desejo de que a crise na Venezuela "se resolva sem mais lágrimas e sangue".
Esperávamos que a ajuda humanitária entrasse (na Venezuela), mas aqueles que usurpam o poder impediram-no. Queremos que a crise se resolva sem mais lágrimas e sangue”, afirmou Gonzalo Oliveros, magistrado do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano exilado na Colômbia, em entrevista à agência Lusa.
O envio de ajuda humanitária, recusado pelo Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, causou tensões nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil durante o fim de semana.
Os confrontos fizeram pelo menos quatro mortos, assim como feridos e camiões queimados.
Oliveiros está em Bogotá na condição de refugiado político, assim como outros 32 magistrados que se exilaram em três países: Colômbia, Panamá e Chile.
Recebemos ameaças de que seríamos julgados por traição à pátria e teríamos nossos bens confiscados”, recordou.
A Colômbia foi o país que mais imigrantes venezuelanos acolheu: até novembro do ano passado, 1,2 milhão de pessoas havia cruzado a fronteira.
Oliveros estima que o número possa ter subido para 1,5 milhão entre dezembro e fevereiro. “Agradecemos a atitude do Governo colombiano e de todos os cidadãos pela sua paciência e generosidade”.
A Associação de Migrantes da Venezuela (Asovenezuela), da qual Oliveros é presidente, foi fundada em abril de 2017 para assessorar os recém chegados em temas como direitos, saúde, educação e busca de trabalho.
Já realizou mais de 8.550 consultas virtuais, presenciais ou telefónicas.
Consideramos que, ao invés de ser um problema, a migração é uma oportunidade de crescimento para os dois países”, afirmou o presidente da Asovenezuela.
A estratégia que defende é o regresso do seu país ao bloco regional Comunidade Andina de Naciones, para que os venezuelanos possam entrar e morar na Colômbia só com a sua cédula de identidade.
Considerado por Oliveros o “presidente de direito”, Juan Guaidó chegou à Colômbia na sexta-feira, para acompanhar o trânsito da ajuda humanitária.
No domingo, chegou a Bogotá, onde participará nesta segunda-feira da reunião de ministros do Grupo de Lima, formado por 14 países americanos que buscam possíveis saídas para a crise na Venezuela. O bloco tem uma postura crítica ao governo de Maduro.