Caso Julen: acusação pede prisão para homem que brincou com o caso no Twitter - TVI

Caso Julen: acusação pede prisão para homem que brincou com o caso no Twitter

  • AG
  • 23 jul 2019, 12:36
Resgate de Julen

Defesa do dono da quinta onde Julen morreu também apresenta novos factos

Há novos desenvolvimentos sobre o caso de Julen Jimenez, o menino de dois anos que morreu em janeiro, na sequência da queda num poço, em Málaga. A acusação pede uma pena de prisão de 18 meses para um homem de 49 anos, que está acusado de delito contra a integridade moral, na sequência de comentários no Twitter.

O Ministério Público sublinha o caráter ofensivo e humilhante dos tweets publicados por Camilo de Ory. Os magistrados consideram os comentários “claramente depreciativos tendo em conta a situação dramática que estava a ser vivida pelo menor e pelos seus progenitores”.

Diria que o menino também podia escavar um pouco. Está ali à espera com tanta paciência", tweetou o acusado durante as operações de resgate.

Os tweets terão sido publicados de forma persistente entre os dias 20 e 26 de janeiro, data em que o corpo foi finalmente resgatado do poço. Vários populares insurgiram-se contra o homem.

Na fase de instrução, realizada no dia 21 de maio, o acusado assegurou ao tribunal que os comentários eram meras piadas, sem qualquer intuito ofensivo, acrescentando que acabou por apagar os comentários, porque não pretendia rir-se da situação.

Camilo de Ory não é propriamente uma figura desconhecida em Espanha. Em 2005 recebeu o Prémio Emilio Prados de Poesia, pela escrita da obra "Lugares Comunes".

Mas as novidades não ficam por aqui. Outro dos visados pelo caso é David Serrano, cuja defesa apresenta agora novas provas. Os advogados do dono da quinta onde Julen Jimenez morreu afirmam que um novo relatório confirma que as operações de salvamento provocaram danos no cadáver da criança.

O documento coincide parcialmente com a autópsia apresentada pelo Instituto de Medicina Legal, sobretudo na parte em que se conclui que a morte da criança foi provocada pela queda.

O mais recente documento, elaborado por Aitor Curiel, especialista em medicina legal, confirma um traumatismo cranioencefálico, que provocou a morte quase instantânea de Julen Jimenez.

Não existe nenhum dado de sobrevivência depois de alguns segundos [a seguir à queda]”, concluiu Aitor Curiel no estudo ao qual a EFE teve acesso.

No entanto, o relatório aponta “múltiplas feridas” no corpo da criança, que deverão ter sido consequência das operações de resgate. O novo estudo foi pedido pela defesa de defesa de David Serrano, de forma a poder ter toda a documentação relativa ao caso. Recorde-se que a defesa de David Serrano apontava a possibilidade de o menino ter morrido durante as operações de salvamento.

A maior parte das muitas feridas que o menor apresentava na sua cabeça são postmortem e podem ter sido produzidas durante as tentativas de resgate”, refere o estudo.

A acusação pede três anos de prisão para David Serrano, bem como uma indemnização aos pais de Julen Jimenez. O Ministério Público afirma que o acusado “era o único conhecedor do poço”.

[David Serrano] não adotou qualquer medida para evitar um possível resultado lesivo, colocando em perigo a vida dos menores: a sua própria filha e Julen”, pode ler-se na acusação.

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