Mulher acusada de deixar morrer a filha que nunca registou - TVI

Mulher acusada de deixar morrer a filha que nunca registou

  • Tomásia Sousa
  • 20 jun 2016, 18:40
Ondas (Lusa/EPA)

Fabienne Kabou, de 39 anos, começou a ser julgada em França por deixar a filha bebé morrer na praia e arrisca agora prisão prepétua

Uma mulher começou a ser julgada em França por ter deixado a filha de 15 meses a morrer na praia.

Fabienne Kabou, de 39 anos, é acusada de homicídio premeditado por, em novembro de 2013, ter viajado com a única filha para Berck, no norte do país, e tê-la abandonado ao frio na praia.

A mulher terá questionado os locais sobre as marés antes de alegadamente ter amamentado a criança, Adélaïde, na praia e tê-la deixado lá ficar. O corpo da menina foi encontrado no dia seguinte por um pescador.

Fabienne confessou, em tribunal, o crime. Segundo a imprensa francesa, a mulher admitiu ter escolhido a cidade de Berck porque “até o nome soava triste”.

Eu não parava de dizer “não”, não sei porquê. Chorei. É como se estivesse a dizer a alguém que não podia fazer uma coisa assim, mas fiz”, contou.

Deixei a Ada a cinco metros, talvez dois [da água]. Em todo o caso, ela teria se afogado imediatamente. Eu não sei em quando tempo a maré subiu, mas estava muito perto. Eu pu-la no chão, falei com ela, pedi-lhe desculpa. Ela estava bem, penso eu. Não se sentia em perigo, eu estava perto dela. Dei-lhe um longo abraço… Ela não estava bem a dormir, mas estava calma… Eu não sei quanto tempo fiquei ali, a pedir-lhe desculpa, a falar com ela. Depois calcei-me e corri”, afirmou ainda a mulher.

No dia seguinte, regressou a Paris de comboio.

Fabienne Kabou, nasceu em Dakar, Senegal, e cresceu numa família católica, sendo descrita como uma “aluna brilhante”. Mudou-se para França em 1995, onde abandonou o curso de arquitetura para estudar filosofia.

Teve dois abortos espontâneos até engravidar de Adélaïde e dar à luz sozinha, num estúdio de arte que dividia com o pai da criança, 30 anos mais velho.

Fabienne nunca foi acompanhada durante a gravidez e nunca registou Adélaïde, que aos olhos da lei nunca existiu.

Apesar de ter confessado o crime, testemunhas dizem que a mulher fica doente com frequência e tem alucinações. Se for considerada culpada, Fabienne arrisca pena perpétua.

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