60 médicos preocupados: Assange “pode morrer na prisão” - TVI

60 médicos preocupados: Assange “pode morrer na prisão”

Julian Assange

Numa carta aberta para a secretária de Estado da Administração Interna, pedem que seja transferido para um hospital para ser avaliado e tratado

Mais de 60 médicos assina uma carta aberta em que denunciam as suas preocupações com a saúde de Julian Assange, o fundador da Wikileaks, que está preso, numa cadeia de alta segurança em Londres, acusado de espionagem pelos Estados Unidos. O grupo de peritos diz que a saúde de Assange está tão frágil, que “ele pode morrer na cadeia”.

Preso numa cadeia britânica, Assange luta contra o pedido de extradição por parte dos Estados Unidos, onde pode ser condenado a uma pena de cadeia de mais de 175 anos.

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De acordo com o jornal britânico The Guardian, a carta é dirigida à secretária de Estado da Administração Interna, Priti Patel. Pedem que Assange seja transferido para um hospital, onde pode ser tratado. Baseiam as suas preocupações em “relatos angustiantes de testemunhas oculares” da sua comparência em tribunal a 21 de outubro e na visita que teve na cadeia londrina de Nils Melzer, o relator especial das Nações Unidas para casos de tortura, a 1 de novembro.

O representante das Nações Unidas diz que a “exposição continuada” de Assange à “arbitrariedade a abuso pode, em breve, custar-lhe a vida”.

Escrevemos esta carta aberta, como médicos, para expressar as nossas sérias preocupações sobre a saúde física e mental de Julian Asange”, escreve o grupo de médicos, numa carta com 16 páginas, segundo o The Guardian.

O senhor Assange precisa de avaliação médica urgente do seu estado de saúde física e mental. (…) Qualquer tratamento deve ser administrado por uma equipa médica devidamente equipada e experiente, num hospital universitário (tratamento terciário)”, acrescentam.

E os médicos resumem:

Se essa urgente avaliação e esse urgente tratamento não tiverem lugar, temos preocupações efetivas, baseadas nas informações atualmente disponíveis, que o senhor Assange pode morrer na cadeia. A situação médica é, portanto, urgente. Não há tempo a perder.”

Os médicos que assinam a carta são dos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Suécia, Itália, Alemanha, Sri Lanka e Polónia.

Nas últimas aparições públicas, Assange apresentava efetivamente um aspeto frágil e pareceu confuso, quando se apresentou em tribunal. De acordo com o jornal, teve, por exemplo, dificuldades em recordar a data de nascimento e, no final, confessou à juíza que não tinha entendido o que tinha acontecido na sessão.

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