O ministro dos assuntos sociais da Indonésia entregou-se este domingo às autoridades anticorrupção para enfrentar acusações de aceitar subornos relacionados com a distribuição de ajuda covid-19 do Governo.
Juliari Batubara chegou à sede da Comissão de Erradicação da Corrupção na capital, Jacarta, horas depois de o presidente da Comissão, Firli Bahuri, o ter convidado a entregar-se numa conferência de imprensa pouco antes da meia-noite de sábado.
Batubara, que também é membro do Partido Democrático de Luta da Indonésia no poder, não fez qualquer comentário.
A comissão anticorrupção acusou o governante de receber pelo menos 17 mil milhões de rupias (quase um milhão de euros) de duas empresas fornecedoras, através dos seus dois subordinados.
Bahuri disse que Batubara poderia ser condenado a prisão perpétua se fosse considerado culpado de desviar dinheiro público.
Não vamos parar aqui. Vamos observar de perto como a assistência social do Governo está a ser obtida e canalizada durante a pandemia", acrescentou.
Batubara é o segundo membro do Governo detido por desvio de dinheiro público em menos de duas semanas. O Ministro dos Assuntos Marítimos e das Pescas, Edhy Prabowo, que entretanto se demitiu, também foi detido por suspeita de aceitar subornos.
Os casos podem manchar ainda mais a credibilidade do Presidente, Joko Widodo, na luta contra a corrupção. Dois outros ministros do Gabinete, incluindo o antecessor de Batubara, foram condenados a penas de prisão em casos de corrupção.
Widodo fez campanha, em parte, com o compromisso de dirigir um Governo 'limpo' num país que ocupa o 85.º lugar entre 180 nações no Índice de Perceções de Corrupção de 2019, compilado pela Transparência Internacional.
A Indonésia registou quase 570.000 casos, o maior número no Sudeste Asiático e o segundo na Ásia, atrás da Índia. A Indonésia também registou mais de 17.000 mortes causadas pela covid-19, tendo vindo a somar diariamente entre quatro e seis mil contágios desde o mês passado.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.519.213 mortos resultantes de mais de 65,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.