Myanmar: 18 mortos e mais de 30 feridos em manifestações pró-democracia - TVI

Myanmar: 18 mortos e mais de 30 feridos em manifestações pró-democracia

Trata-se da repressão mais mortal desde o golpe militar de 1 de fevereiro

Pelo menos 18 pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas neste domingo durante as manifestações pacíficas pró-democracia em Myanmar, de acordo com as Nações Unidas.

Em várias localidades do país, a polícia e os militares confrontaram as manifestações pacíficas, usando força letal, segundo informação recebida pelo gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que causaram a morte a pelo menos 28 pessoas e ainda mais de 30 feridos", indicou o gabinete, citado pelas agências internacionais.

Os manifestantes perderam a vida durante a repressão policial das manifestações contra o golpe militar de 1 de fevereiro, naquela que é repressão mais mortal desde então.

Sabe-se já que três manifestantes foram mortos em Dawei (sul), enquanto dois adolescentes de 18 anos morreram em Bago (centro), de acordo com equipes de resgate que relataram vários feridos.

Uma sexta pessoa morreu em Yangon, disse um ex-deputado do partido de Aung San Suu Kyi.

Myanmar está a viver hoje um novo dia de manifestações em massa, após a violência policial do dia anterior, quando 479 pessoas foram detidas sob a acusação de "protestos contra o Estado".

Apesar da repressão do dia anterior, milhares de birmaneses voltaram hoje às ruas para rejeitar o golpe militar de 1 de fevereiro e exigir a libertação dos políticos eleitos detidos, incluindo a líder deposta e Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.

A polícia em Rangum, a antiga capital e cidade mais populosa de Myanmar, voltou a responder duramente, numa tentativa de dispersar a multidão e silenciar a dissidência contra os militares.

Até sábado, oito pessoas tinham morrido em resultado da violência desencadeada após o golpe, três delas mortas a tiro pela polícia, segundo dados da Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos na Birmânia, tendo sido detidas desde o início da revolta 854 pessoas, das quais 83 já foram libertadas.

A junta militar, chefiada pelo general Min Aung Hlaing, acusado de genocídio por alegadamente ter orquestrado a campanha de violência contra o grupo étnico rohingya em 2017, no oeste do país, afirmou que a polícia utiliza o mínimo de força contra as manifestações.

Os militares justificam o golpe de estado alegando fraude eleitoral cometida nas eleições legislativas de novembro, nas quais a Liga Nacional para a Democracia, partido de Suu Kyi, venceu por esmagadora maioria.

Tanto os observadores internacionais como a comissão eleitoral deposta pela junta militar após a tomada do poder negaram a existência de irregularidades, apesar da insistência de alguns comandantes do Exército, cujo partido detém 25% dos lugares no Parlamento.

A comunidade internacional tem anunciado sanções contra os líderes do golpe militar, incluindo o general Min Aung Hlaing, presidente do Conselho Administrativo de Estado e autoridade máxima em Myanmar.

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