A Malásia vai libertar um norte-coreano suspeito do assassínio de Kim Jong-nam, meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. A informação foi revelada esta quinta-feira pelo procurador-geral, um dia depois de duas mulheres terem sido formalmente acusadas do crime.
Ri Jong Chol estava sob custódia policial há quase duas semanas na sequência do assassínio de Kim Jong-Nam, no aeroporto de Kuala Lumpur, a 13 de fevereiro.
“Ele vai ser libertado. É um homem livre. [o período da] detenção expira e as provas para o acusar são insuficientes”, afirmou Mohamed Apandi Ali, adiantando que o cidadão norte-coreano “vai ser deportado amanhã”, ou seja, na sexta-feira.
Na quarta-feira, duas mulheres foram formalmente acusadas do homicídio do meio-irmão do líder da Coreia do Norte.
Siti Aisyah, de 25 anos e nacionalidade indonésia, e Doan Thi Huong, de 28 e oriunda do Vietname, foram presentes a tribunal, em Kuala Lumpur, de onde saíram acusadas de serem as autoras do homicídio de Kim Jong-Nam.
Na terça-feira, o procurador-geral da Malásia já havia revelado que as duas mulheres consideradas suspeitas do crime seriam acusadas de homicídio, o que se veio a comprovar na audiência frente a um juiz.
As mulheres poderão ser condenadas à pena de morte, caso o tribunal dê como provado o crime pelo qual estão acusadas.
As autoridades avançaram, ainda, que estão à procura de um alto responsável da embaixada da Coreia do Norte no país, para procederem à sua detenção por ligação ao caso.
Recorde-se que o meio irmão do líder norte-coreano morreu em apenas 20 minutos. A autópsia confirmou que foi envenenado com um poderoso químico, o gás VX, que foi encontrado no seu rosto. Trata-se de um gás altamente tóxico, sem odor ou sabor, que é considerado uma arma química de destruição maciça pela ONU.
Entretanto, ativistas sul-coreanos anunciaram que vão enviar, através de balões, milhões de panfletos para o outro lado da fronteira, dando conta da morte por envenenamento de Kim Jong-Nam.
Desconhece-se quantos norte-coreanos estarão a par do destino de Kim Jong-Nam.
A Coreia do Norte refutou qualquer envolvimento no assassínio e acusou a Malásia de conspirar com a Coreia do Sul, enquanto se referia à vítima como “Kim Chol, cidadão com passaporte diplomático” e sem mencionar a relação de parentesco com Kim Jong-Un.