Poucos minutos após a hora marcada - as 9:00, em Singapura, 2:00, em Lisboa - Donald Trump e Kim Jong-Un protagonizaram o momento mais aguardado: cara a cara, no átrio do Capella Hotel, na ilha de Sentosa, decorado com bandeiras dos Estados Unidos e da Coreia do Norte, cumprimentaram-se e apertaram as mãos.
O momento, metralhado pelos disparos das máquinas fotográficas, antecedeu breves palavras entre os dois líderes e algumas dirigidas aos jornalistas presentes, expressando otimismo sobre a cimeira.
Teremos um ótimo relacionamento pela frente!", afirmou Trump, desejando que a cimeira histórica seja "tremendamente bem-sucedida".
Não foi fácil chegar aqui. Ultrapassámos todos e estamos aqui hoje", afirmou Kim Jong-Un, de acordo coma tradução efetuada por um intérprete.
O encontro entre os dois, a sós, apenas com tradutores durou 41 minutos. Saíram e voltaram a falar aos repórteres, antes da reunião alargada às comitivas dos Estados Unidos e da Coreia do Norte.
"Resolveremos um grande problema"
Após o primeiro encontro, os dois líderes mantiveram a aparente boa disposição, com novas palavras de otimismo.
Resolveremos um grande problema, um grande dilema", afirmou Trump, respondendo, quando perguntado sobre como correra o encontro a dois com um "muito, muito bem. Uma excelente relação!"
Por seu lado, Kim Jong-Un não adiantou se pretende levar a cabo por completo a desnuclearização na Coreia do Norte, abdicando do arsenal que possuirá.
Ultrapassámos todo o tipo de ceticismo e especulações sobre a cimeira e penso que isso será bom para a paz”, afirmou Kim, segundo a tradução feita por um intérprete no local.
Kim chegou primeiro
Kim Jong-Un foi o primeiro a chegar ao Capella Hotel. Donald Trump chegou um minuto antes da hora marcada.
Apesar da cimeira se ter concretizado e das expetativas terem crescido com as primeiras indicações, há poucas certezas sobre os passos que poderão ser dados tendo em vista o tema fulcral da cimeira, a saber, a desnuclearização da península da Coreia.
O regime de Kim Jong-un mostrou-se disposto a abandonar o seu programa nuclear durante a cimeira que as duas Coreias realizaram a 27 de abril, na zona desmilitarizada da fronteira, mas não quer que se lhe imponha uma fórmula unilateral, pretendendo um processo de desarmamento progressivo.
Por seu lado, a administração de Trump mostrou-se sempre irredutível em relação ao que exige de Pyongyang - uma desnuclearização “completa, verificável e irreversível” -, mas, nos últimos dias, abriu a porta a um processo de desnuclearização “por fases”.