Prisão perpétua para inventor que matou jornalista em submarino - TVI

Prisão perpétua para inventor que matou jornalista em submarino

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  • 25 abr 2018, 13:34

Corpo da sueca Kim Wall foi encontrado desmembrado após encontro com o dinamarquês Peter Madsen

O inventor dinamarquês Peter Madsen foi condenado esta quarta-feira a prisão perpétua por torturar e assassinar a jornalista sueca Kim Wall no seu submarino privado em agosto de 2017, perto de Copenhaga.

A sua advogada Betina Hald Engmark disse que Madsen vai recorrer da sentença.

Peter Madsen, 47 anos e engenheiro autodidata, foi reconhecido culpado por um júri do tribunal de Copenhaga do assassínio com premeditação de Kim Wall, 30 anos, assim como de a ter mutilado sexualmente antes de ter desmembrado e decapitado o cadáver, que atirou ao mar.

Madsen, que tinha dito que a jornalista morreu acidentalmente no submarino, mas confessou ter desmembrado o corpo e atirado as partes dele ao mar, ouviu o veredicto e a sentença em silêncio.

O Ministério Público tinha pedido prisão perpétua para o inventor por tortura, homicídio e profanação de cadáver da jornalista, citando pareceres psiquiátricos segundo os quais Madsen é um “perverso polimorfo” que apresenta um “risco elevado de reincidência”.

Entre o desaparecimento de Kim Wall, a 10 de agosto de 2017, e o julgamento, Peter Madsen deu três versões diferentes dos factos.

O processo da acusação recorre a relatórios da autópsia, de uma inspeção técnica ao submarino e de uma análise ao conteúdo do computador de Madsen para reconstituir a cena do crime.

A autópsia revelou 14 lesões internas e externas na zona genital da vítima, infligidas quando ela ainda estava viva, que provam, segundo o procurador, o caráter sexual do crime.

As causas da morte não puderam ser determinadas com certeza absoluta, mas os pulmões de Kim Wall apresentavam sinais de uma “asfixia mecânica”, por estrangulamento ou sufocação.

A juíza Anette Burkoe e os dois jurados aceitaram o pedido da acusação, considerando que as provas contra o acusado eram suficientes para determinar a sua culpa.

O caso, único nos anais judiciários da Dinamarca, teve cobertura mediática em todo o mundo e uma centena de jornalistas dinamarqueses e estrangeiros estava hoje em Copenhaga para ouvir o veredicto.

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