Os protagonistas do fim de semana (mais uns óculos partidos) - TVI

Os protagonistas do fim de semana (mais uns óculos partidos)

Klopp (Reuters)

De Klopp a Leonardo Jardim, passando pelo jovem Bazoer. Eis alguns nomes e momentos que vale a pena reter

Em versão resumida, aqui ficam os protagonistas incontornáveis de um fim de semana marcado, entre outras coisas, pelo regresso da Bundesliga, pela chegada do Barcelona ao topo da Liga espanhola e pelo dérbi de Londres, que permitiu ao Leicester isolar-se no topo da tabela. Ah, e ainda pela goleada mais portuguesa que alguma vez se registou num campeonato estrangeiro…

Os óculos de Klopp


Se esteve atento ao fim de semana, nem é preciso explicar. Se não esteve, o essencial é isto: o Liverpool ganhou em Norwich (4-5), com um golo no último minuto, um dos jogos mais eletrizantes dos últimos tempos. Nos festejos, Klopp foi acidentalmente esmurrado por um seu jogador e ficou com os óculos partidos. O que provocou uma das conferências de imprensa mais divertidas da temporada: «É difícil encontrar óculos quando não se tem óculos, não é?». Pode ver o resto clicando aqui

Bazoer


Para alguém que apenas em outubro completou 19 anos, Riechedly Bazoer já anda há muito tempo nos radares de meia Europa. Pelo menos desde que, em 2012, trocou o PSV pela formação do Ajax, iludindo as expectativas dos scouts das maiores potências da Premier League. Passo a passo, o médio-centro atlético, de origem caribenha, foi-se afirmando como peça influente na equipa de Frank de Boer e chegou à seleção principal. Na semana passada, esteve no centro de um incidente diplomático, ao ser alvo de coros racistas na deslocação do Ajax ao campo do Den Haag. Com maturidade surpreendente, Bazoer condenou o sucedido sem lhe dar demasiada importância. E, depois de ter recebido o apoio formal da federação, - que o encorajou a sair de campo caso a situação volte a repetir-se - respondeu da melhor maneira neste sábado: marcando, 25 segundos após o pontapé de saída (!) o golo da vitória do Ajax sobre o Vitesse. A equipa de Amesterdão continua com três pontos de vantagem, na liderança de um campeonato onde Bazoer não ficará por muito mais tempo.



Higuaín

Pode parecer repetitivo, e provavelmente é. Mas não há como iludir o impacto do goleador argentino nesta edição da Série A, que pela primeira vez em mais de 20 anos tem o Nápoles no comando, numa fase tão adiantada da época. 13 golos nas últimas dez jornadas, 21 desde o início da Liga – e oito deles a abrirem o marcador, como aconteceu neste domingo, na delicada visita a Génova. Se a Juventus, mais a sua sequência de 11 vitórias, ainda não está no topo do campeonato, grande parte da culpa vai para Pipita.

Charlie Austin

Mais uma história de um goleador com sucesso tardio, um pouco à imagem do conto de fadas protagonizado por Jamie Vardy no Leicester. Depois da estreia na Premier League aos 25 anos, na época passada, ao serviço do relegado Queens Park Rangers, Charlie Austin voltou à ribalta neste mercado de inverno: o Southampton resgatou-o às profundezas do Championship, a troco de 5,3 milhões de euros. É cedo para avaliar o impacto que vai ter, mas para já foi tudo como nos filmes: na estreia, em Old Trafford, saiu do banco a 11 minutos do fim e, aos 87, estava no sítio certo para tirar partido dos seus 188 centímetros e marcar um golo decisivo, o da terceira vitória consecutiva da equipa de Cédric e José Fonte, que acentuou a chuva de críticas sobre um cada vez mais solitário Van Gaal.

Diego Costa


Com José Mourinho no banco do Chelsea, Diego Costa tinha marcado quatro golos em 23 jogos oficiais nesta temporada. Desde que Mourinho saiu já lá vão seis golos em sete partidas – o último dos quais, este domingo, a valer a vitória sobre o Arsenal, num dérbi londrino que parece marcar um ponto de não retorno em relação ao pesadelo dos «blues». Se já na primeira volta, em Stamford Bridge, Diego Costa tinha forçado uma expulsão nos «gunners», desta vez, no Emirates, fez mais: a sua exibição foi Diego Costa vintage, o provocador mais irritante à face do planeta, para quem o defronta, mas também o avançado que resolve jogos à custa de uma qualidade que parecia perdida desde o início de 2015. Duplamente decisivo, na expulsão de Mertesacker e no golo, Diego Costa deixou de ser o mero arruaceiro dos dias maus, voltando a ser um avançado que vale vitórias – e já valeu campeonatos. Resta ver por quanto tempo.

Lewandowski


Na semana de regresso da Bundesliga, umas declarações de Franz Beckenbauer, admitindo a saída do goleador polaco para Madrid, serviram para acentuar as interrogações acerca do seu futuro. Indiferente à polémica, Lewandowski entrou em 2016 como tinha saído de 2015: a marcar golos, e golos decisivos, em mais uma vitória dos bávaros na caminhada para um título inevitável. O duelo com Aubameyang, outro matador insaciável, está para durar: por enquanto o gabonês leva vantagem, com 18 golos contra 17. Mas nem a pausa de inverno nem os rumores de mercado arrefeceram os ânimos daquele que foi, muito provavelmente, o avançado mais consistente do futebol europeu na primeira metade da época. Sim, incluindo Messi, Neymar, Suarez e Ronaldo.

Leonardo Jardim

Na tarde em que, pela primeira vez numa das grandes Ligas europeias, três portugueses marcaram ao serviço da mesma equipa estrangeira, Leonardo Jardim pôde finalmente rasgar o sorriso. Mais do que consolidar o segundo lugar – no fundo, o mais alto a que qualquer equipa francesa pode ambicionar, descontando o OVNI chamado PSG – a goleada ao Toulouse mostrou um Mónaco descontraído e agradável de ver. Um estatuto raro e que lhe tem valido alguma desconfiança entre os puristas nos «media» franceses. E a subida de forma de Bernardo Silva é outro indicador positivo, antes de um ciclo complicado com vários concorrentes diretos (Angers, Nice e St. Étienne) pelo caminho nas próximas semanas.
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