“Desenhámos Maomé para defender o princípio de que se pode desenhar o que se quiser”, afirmou o diretor da publicação francesa.
Mais de sete meses depois dos atentados à redação do semanário, Riss, como assina o também cartoonista, explicou à revista alemã "Stern " que o "Charlie Hebdo" não foi monopolizado pela crítica aos fundamentalistas muçulmanos.
“Os erros que apontamos ao islão também se encontram nas outras religiões”, declarou o diretor, garantindo que o jornal tem o direito de criticar “todas as religiões”.
“Fizemos o nosso trabalho. Defendemos o direito à caricatura”, acrescentou.
O anúncio que dita o fim das caricaturas do Profeta muçulmano no jornal francês surgiu no seguimento da decisão do principal cartoonista do semanário, Luz, de não voltar a desenhar Maomé e de abandonar o jornal.
Luz é o autor da primeira página, que se seguiu aos atentados de 7 de janeiro, onde o Profeta surgia com um cartaz onde se lia “Je Suis Charlie”, em português “Eu Sou Charlie”. O slogan foi adotado um pouco por todo o mundo em solidariedade com as vítimas.
Em janeiro, a redação do semanário foi invadida por dois irmãos muçulmanos radicais com o intuito de vingar as repetidas caricaturas do seu Profeta publicadas pelo "Charlie Hebdo". O ataque provocou a morte de 12 pessoas.
O jornal transformou-se num símbolo mundial da liberdade de imprensa e tem recebido milhões de euros em doações, tendo aumentado o número de subscritores.