Bronkhorst foi um dos guias profissionais que acompanhou Walter James Palmer na caçada. Guardou os restos mortais do leão em casa para que estes fossem tratados por um taxidermista. O objetivo era envia-los mais tarde, como troféus, para os Estados Unidos. Importar uma cabeça de leão não é ilegal nos EUA, ao contrário do que acontece, por exemplo, com as cabeças de elefantes.
O profissional de 52 anos enfrenta a acusação de caça fortuita e foi ouvido por um juiz na quarta-feira. A multa máxima para este crime é de 400 dólares (cerca de 360 euros), mas os advogados consideram que as autoridades que gerem as reservas naturais do Zimbabué podem pedir uma compensação. Recorde-se que Cecil, de 13 anos, era o mais famoso leão do país e foi morto depois de ter sido atraído para fora do Parque Nacional de Hwange.
Quem também enfrenta uma acusação criminal é o proprietário do terreno onde Cecil foi abatido, Honest Ndlovu. Pelo contrário, o dentista norte-americano Walter James Palmer, do Minnesota, cujo paradeiro continua a ser desconhecido, não foi acusado pelas autoridades.
Bronkhorst e a mulher são proprietários de uma empresa que organiza safaris para férias desde 1992. O caçador diz que, nos últimos dias, vários carros suspeitos têm estacionado perto da sua habitação e que isto está a deixar a mulher “nervosa”. Os vizinhos acreditam que se tratam de veículos dos Serviços Secretos do Zimbabué.
“Isto está a afetar a sua saúde”, afirmou ao "Telegraph".
Na terça-feira, o dentista esclareceu, em comunicado, que desconhecia a fama do leão que matou e que tudo foi planeado de forma legal.
“No início de julho desloquei-me ao Zimbabué para um safari de caça de grande porte. Contratei vários guias profissionais, que me asseguraram todas as licenças. Daquilo que é do meu conhecimento, tudo nesta viagem foi feito de forma legal, devidamente organizado e realizado.”
Esta quinta-feira, as autoridades de proteção da fauna dos Estados Unidos anunciaram que vão abrir um inquérito ao caso.
“Estamos a investigar a morte do leão Cecil. Iremos até aos factos. Pedimos ao médico (Walter) Palmer ou ao seu representante para contactar imediatamente com o USFWS”, escreveu no Twitter a agência governamental responsável pela conservação, proteção e desenvolvimento da vida selvagem nos Estados Unidos.