Cecil caiu na cilada do dentista-caçador - TVI

Cecil caiu na cilada do dentista-caçador

Autoridades já identificaram homem que matou Cecil [Foto: Youtube/ Bryan Orford]

Caçadores atraíram o famoso leão do Zimbabué, fazendo-o sair da reserva. Percebendo que tinha um colar de identificação, terão decapitado o animal para afastar as suspeitas

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Cecil, o mais famoso leão do Zimbabué, com 13 anos, foi morto barbaramente, depois de cair na cilada do isco, suspeitam as autoridades.
 
Protegido pelos humanos no Parque Nacional de Hwange, acabaria morto pelos mesmos a 800 metros de casa. Um caçador norte-americano, dentista de profissão, mas com uma longa lista de “troféus” de animais de grande porte, matou Cecil com arco e flecha e já manifestou publicamente o arrependimento, dizendo que não conhecia a fama da sua presa.
 
Segundo o Telegraph, Walter James Palmer, um dentista do Minnesota, terá pago cerca de 50 mil euros para matar o afamado leão.
 
Cecil, adorado pelos visitantes e que também gostaria do apreço humano, terá sido atraído para fora da reserva e morto sem piedade. Foi atingido por uma flecha, não teve morte imediata, e no dia seguinte não resistiu a uma bala. Foi depois decapitado e esfolado, ao que tudo indica para apagar a sua identificação, já que Cecil usava um colar e os animais das reservas não podem ser caçados.
 
Em comunicado, divulgado na terça-feira, o dentista, cujo paradeiro é incerto, diz que desconhecia a fama do leão que matou.
 
“No início de julho desloquei-me ao Zimbabué para um safari de caça de grande porte. Contratei vários guias profissionais, que me asseguraram todas as licenças. Daquilo que é do meu conhecimento, tudo nesta viagem foi feito de forma legal, devidamente organizado e realizado”, escreveu. 

“Não sabia que o leão que matei era conhecido, o preferido da região, que tinha um colar e era objeto de estudo. Confiei na experiência dos meus guias profissionais para assegurar que a caça era legal”, observou.

 “Não fui contactado pelas autoridades do Zimbabué nem dos Estados Unidos sobre o que sucedeu, mas estou disponível para responder a todas as questões. Uma vez mais, lamento profundamente que a prática de uma atividade que adoro e que pratico responsavelmente e na legalidade tenha resultado na morte deste leão”, concluiu Palmer.
 
Um dos caçadores que acompanhava o dentista, Theo Bronkhorst, admitiu o “engano” no dia seguinte à autoridade dos Parques e Vida Selvagem e está agora sob investigação. Também o proprietário das terras que fazem fronteira com o parque foi constituído arguido.
 
“Theo Bronkhorst, um caçador profissional ao serviço da Bushman Safaris, é suspeito de ter morto um leão com colar na quinta Antoinette em Gwayi, Hwange, a 1 de julho. (…) Todas as pessoas implicadas neste caso vão ser presentes a tribunal. (…) Tanto o caçador profissional como o proprietário do terreno são acusados de caça ilegal”, consta num comunicado divulgado terça-feira pelas autoridades.
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