Protegido pelos humanos no Parque Nacional de Hwange, acabaria morto pelos mesmos a 800 metros de casa. Um caçador norte-americano, dentista de profissão, mas com uma longa lista de “troféus” de animais de grande porte, matou Cecil com arco e flecha e já manifestou publicamente o arrependimento, dizendo que não conhecia a fama da sua presa.
Segundo o Telegraph, Walter James Palmer, um dentista do Minnesota, terá pago cerca de 50 mil euros para matar o afamado leão.
Cecil, adorado pelos visitantes e que também gostaria do apreço humano, terá sido atraído para fora da reserva e morto sem piedade. Foi atingido por uma flecha, não teve morte imediata, e no dia seguinte não resistiu a uma bala. Foi depois decapitado e esfolado, ao que tudo indica para apagar a sua identificação, já que Cecil usava um colar e os animais das reservas não podem ser caçados.
Em comunicado, divulgado na terça-feira, o dentista, cujo paradeiro é incerto, diz que desconhecia a fama do leão que matou.
“No início de julho desloquei-me ao Zimbabué para um safari de caça de grande porte. Contratei vários guias profissionais, que me asseguraram todas as licenças. Daquilo que é do meu conhecimento, tudo nesta viagem foi feito de forma legal, devidamente organizado e realizado”, escreveu.
“Não fui contactado pelas autoridades do Zimbabué nem dos Estados Unidos sobre o que sucedeu, mas estou disponível para responder a todas as questões. Uma vez mais, lamento profundamente que a prática de uma atividade que adoro e que pratico responsavelmente e na legalidade tenha resultado na morte deste leão”, concluiu Palmer.“Não sabia que o leão que matei era conhecido, o preferido da região, que tinha um colar e era objeto de estudo. Confiei na experiência dos meus guias profissionais para assegurar que a caça era legal”, observou.
Um dos caçadores que acompanhava o dentista, Theo Bronkhorst, admitiu o “engano” no dia seguinte à autoridade dos Parques e Vida Selvagem e está agora sob investigação. Também o proprietário das terras que fazem fronteira com o parque foi constituído arguido.
“Theo Bronkhorst, um caçador profissional ao serviço da Bushman Safaris, é suspeito de ter morto um leão com colar na quinta Antoinette em Gwayi, Hwange, a 1 de julho. (…) Todas as pessoas implicadas neste caso vão ser presentes a tribunal. (…) Tanto o caçador profissional como o proprietário do terreno são acusados de caça ilegal”, consta num comunicado divulgado terça-feira pelas autoridades.