Adolescente autista faz-se passar por chefe da CIA e acede a informações confidenciais - TVI

Adolescente autista faz-se passar por chefe da CIA e acede a informações confidenciais

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  • 23 jan 2018, 17:05
Hacker

Jovem britânico confessa em tribunal que tinha motivações de cariz político, alegando estar "irritado" com o "nível de corrupção do Governo norte-americano"

Um adolescente britânico conseguiu ter acesso a informações secretas dos EUA, fazendo-se passar pelo chefe da CIA, mas também por outros poderosos membros de segurança norte-americanos, como o vice-diretor do FBI ou o diretor de Inteligência Nacional de Barack Obama. Os crimes aconteceram em 2015, mas só agora foram conhecidos depois de uma audiência nos tribunais na passada semana.

Kane Gamble tinha apenas 15 anos quando conseguiu, a partir de um computador no seu quarto em Leicestershire, no Reino Unido, aceder aos computadores, telefones, emails e às muitas informações - supostamente confidenciais - de alguns dos mais importantes chefes de segurança dos Estados Unidos. Um comportamento que teve início em 2015 e que, segundo o jovem, terá tido motivações políticas, alegando que funcionários com altos cargos dos EUA estavam a matar pessoas inocentes por todo o mundo. 

Tudo começou por eu estar a ficar cada vez mais irritado com o nível de corrupção e frieza do governo americano. Decidi fazer alguma coisa”, disse o jovem a um jornalista, citado pelo The Independent. 

De acordo com o The Independent, o adolescente começou então por criar uma conta secreta online, denominado de Crackas With Attitude, a partir da qual conseguiu “manipular pessoas de call center ou de help desk, de modo a conseguir as informações que queria", como consta na acusação de que agora é alvo. 

Através deste método, Kane conseguiu fazer-se passar por Mark Giuliano, vice-diretor do FBI na altura e, deste modo, ter acesso a dados secretos da organização e a informações priviligiadas sobre as operações no Iraque e no Afeganistão. 

Atacou, ainda, o sistema do Secretário de Segurança Interna dos EUA e o diretor de Inteligência Nacional de Barack Obama e manipulou os atendedores de chamadas de uma empresa de Internet do diretor da CIA, John Brennan, conseguindo ter acesso ao seu computador pessoal.  

Os ataques decorreram durante oito meses e terminaram em fevereiro de 2016, depois de Kane Gamble ter comitido um erro durante uma das suas invasões, desta vez num portal eletrónico utilizado pelo FBI e por outros grupos de segurança.

A equipa médica que avaliou Kane Gamble, a pedido da defesa, disse que o rapaz sofre de autismo e que na altura dos crimes tinha o desenvolvimento mental de um rapaz de 12 ou 13 anos.

O jovem, agora com 18 anos, declarou-se culpado de dez crimes e vai conhecer a sentença no final da próxima semana, no Tribunal Central Criminal de Inglaterra. 

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