Os jornalistas presos pertencem a nove jornais turcos diferentes. Entre eles está o editor-chefe do diário Cumhuryet, que representa a oposição, Can Dundar, que já teve algumas querelas com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. O político chegou a preencher pessoalmente uma queixa-crime contra o jornalista, por escrever um artigo crítico sobre o governo.
A fotografia publicada pelos órgãos de comunicação, em março, mostra dois militantes banidos do Partido Revolucionário Marxista (DHKP-C), a apontar uma arma a Mehmet Selim Kiraz, um procurador de justiça de Istambul.
#Turkey blocked #Twitter #YouTube, #Facebook over these hostage photos of public prosecutor @2kdei Its unblocked now pic.twitter.com/E2XughY24x
— Worldwide Actions (@AlwaysActions) April 6, 2015
Os membros do DHKP-C, considerado um partido terrorista na Turquia, afirmaram que o crime era um ato de vingança contra as autoridades, por terem alvejado uma rapariga num protesto, em 2013.
O refém foi morto durante o tiroteio entre a polícia turca e os dois terroristas. Os militantes acabaram também por falecer.
Depois do incidente, a Turquia proibiu temporariamente a publicação de jornais para impedir que a imagem chegasse ao público e para prevenir que outros copiassem o ataque. Os críticos acusaram o governo de tentar acabar com a liberdade de expressão e de imprensa no país.
Can Dundar respondeu à restrição do governo, afirmando que o seu jornal publicou a imagem para “mostrar o lado negro e feio do terrorismo, não para legitimá-lo”.
A Freedom House, uma organização que que visa proteger os direitos da imprensa, disse que no país não existe liberdade de imprensa. O governo continua a bloquear centenas de sites e já fechou temporariamente o Twitter.
Pensa-se que já 60 jornalistas tenham sido presos desde dezembro do ano passado.
#Turkey: @DumanliEkrem explains his detention, says #journalism not a crime http://t.co/IsDFl5Zxf5 #PressFreedom pic.twitter.com/jXJpAbHpQe
— BW Intl Media (@BWIntlMedia) January 2, 2015