EUA querem fim “imediato” dos ataques do poderoso marechal Haftar em Tripoli - TVI

EUA querem fim “imediato” dos ataques do poderoso marechal Haftar em Tripoli

  • CM
  • 8 abr 2019, 08:53

Militar dissidente do regime de Muammar Kadhafi é acusado pelos rivais de querer tomar o poder pela força e instaurar uma ditadura militar. Mais de 30 pessoas já morreram desde o início da ofensiva militar

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, pediu, no domingo, a “cessação imediata” da ofensiva militar lançada pelo marechal Khalifa Haftar à capital líbia.

Somos contra a ofensiva militar das forças de Khalifa Haftar e pedimos a cessação imediata dessas operações militares contra a capital da Líbia. Os Estados Unidos, juntamente com os seus parceiros internacionais, continuam a pedir aos líderes líbios que regressem às negociações políticas sob a mediação do Representante Especial do Secretário-Geral, Ghassan Salame", disse Pompeo, de acordo com um comunicado.

Haftar, que controla o leste e parte do sul do país, é acusado pelos rivais de querer tomar o poder pela força e instaurar uma ditadura militar.

As suas forças lançaram uma ofensiva surpresa contra a capital na quinta-feira e desde então morreram já dezenas de pessoas.

Na Líbia, país imerso num caos político e securitário há vários anos, duas autoridades disputam o poder: um governo de união nacional líbio, estabelecido em 2015 em Tripoli, que é reconhecido pela comunidade internacional (incluindo pelas Nações Unidas) e que tem o apoio de milícias, e uma autoridade paralela que exerce o poder no leste do país, com o apoio do marechal Haftar, um militar dissidente do regime de Muammar Kadhafi, que caiu em 2011.

O governo de unidade nacional, apoiado pela comunidade internacional, tem conseguido afirmar a sua autoridade na capital, Tripoli, mas não conseguiu sobrepor-se a um governo e parlamento rivais estabelecidos em Tobruk (leste), apoiados pela milícia do poderoso marechal Khalifa Haftar.

As grandes potências não conseguiram ainda acordar com a ONU uma posição comum sobre a crise na Líbia.

Um país rico em petróleo, a Líbia ficou dilacerada após a queda do presidente Muammar Kadhafi em 2011, que gerou múltiplos conflitos internos.

Pelo menos 32 mortos e 50 feridos

Pelo menos 32 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas desde o início da ofensiva do marechal Haftar contra a capital líbia na quinta-feira, revela um novo balanço do Ministério da Saúde do Governo de União Nacional.

Numa declaração à televisão Libya al-Ahrar, no domingo à noite, o ministro da Saúde, A’hmid Omar, declarou que várias das vítimas são civis, sem precisar o número exato.

Por seu lado, o Exército Nacional da Líbia (ANL, sigla em inglês), liderado pelo marechal Khalifa Haftar, reportou na noite de sábado 14 mortos entre os seus combatentes.

Violentos combates nas proximidades de Tripoli opuseram no domingo as forças paramilitares do marechal Haftar, que quer conquistar a capital, e as tropas do Governo de União Nacional (GNA, sigla em inglês), administração líbia que é reconhecida pela comunidade internacional.

Entretanto, a ofensiva lançada na quinta-feira pelas forças do marechal Haftar marca uma clara degradação entre as duas principais entidades que lutam pelo poder no país.

A missão da ONU na Líbia (Manul) lançou um "apelo urgente" para uma trégua de duas horas no subúrbio de Tripoli, no sul do país, para permitir a retirada de feridos e civis diante da escalada militar.

Mas "não houve trégua", disse à agência noticiosa francesa AFP um porta-voz do Manul, Jean Alam. Os serviços de socorro da Líbia confirmaram que não conseguiram entrar nas zonas de conflito.

Continue a ler esta notícia

Mais Vistos