Khadafi poderá juntar-se a comboio militar no Níger - TVI

Khadafi poderá juntar-se a comboio militar no Níger

Mais de 200 veículos terão cruzado a fronteira. Fontes francesas dizem que poderá ter havido acordo para líder líbio se refugiar no Burkina Faso

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Em actualização 11:47

Um comboio militar com mais de duas centenas de veículos líbios entrou no Níger. De acordo com fontes militares deste país africano e da França, consultadas pela Reuters, Muammar Khadafi e o seu filho Saif al-Islam poderão juntar-se a este grupo a quem terá sido dado salvo conduto para viajar até ao Burkina Faso, que ofereceu asilo ao ditador.

Segundo a agência noticiosa, o longo comboio, com entre 200 e 250 viaturas, foi escoltado pelo exército do Níger ao entrar no país, que faz fronteira a sul com a Líbia.

Foi ainda salientado que esta comitiva chegou segunda-feira à noite à cidade de Agadez, no deserto do Saara, e que a entrada no Níger poderá não ter acontecido directamente, mas através de uma passagem pela Argélia, onde chegaram na semana passada a mulher e três filhos de Khadafi.

Uma fonte militar francesa disse que Khadafi, de quem não sabe o paradeiro, deverá juntar-se a estes elementos, leais ao seu regime, e que o seu filho Saif al-Islam - tido como o seu sucessor antes da revolta - poderá fazer o mesmo.

A Reuters dá conta que as fontes que consultou indicam que este incidente, que dificilmente terá passado despercebido à NATO, poderá fazer parte de um acordo entre rebeldes e Khadafi para deixar o ditador seguir até ao Burkina Faso, sob mediação de Paris.

Contudo, o ministério dos Negócios Estrangeiros gaulês não confirmou nem a chegada deste comboio a Agadez, nem qualquer acordo com Khadafi ou o seu filho, ambos procurados pelo Tribunal Penal Internacional para responder por crimes contra a humanidade.

Entretanto, um porta-voz do Conselho Nacional de Transição disse, citando informações de fontes tuaregues, que dez camiões com ouro e dinheiro líbios terão entrado no Níger.

«Eles levaram o dinheiro do banco central em Sirte», expkicou à Reuters Abdel Hafiz Ghoga.

O porta-voz de Khadafi, Moussa Ibrahim, disse esta segunda-feira que o homem que governou a Líbia durante mais de quatro décadas se encontra bem e dentro do país.

«Ele está num local que não pode ser alcançado por estes grupos e está na Líbia», disse em declarações à televisão Arrai.

Cerco a Bani Walid

Em Bani Walid, uma das quatro cidades controladas ainda por forças de Khadafi, juntamente com Sirte, Jufra e Sabha, o cerco dos rebeldes continua. Estes continuam a dizer que será possível uma rendição.

«Um acordo preliminar foi alcançado mais ainda queremos ver se os líderes tribais podem convencer a brigada de Khadafi a baixar as armas», disse o líder dos negociadores, Abdallah Kanshil.

«Dê-mos garantias de que não iremos vingar-nos. Esperamos que se rendam em paz», apontou.
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