Gerente de loja foi despedido porque trabalhava horas a mais - TVI

Gerente de loja foi despedido porque trabalhava horas a mais

  • Sofia Santana
  • 26 out 2017, 10:32
Secção de frutas e legumes (Reuters)

O caso, pouco habitual, aconteceu em Barcelona, num supermercado

Um gerente de loja foi despedido por trabalhar horas a mais. O caso, pouco habitual, aconteceu em Barcelona, num supermercado Lidl.

Jean P., que  trabalhava no Lidl há 12 anos, normalmente começava a trabalhar mais cedo do que o que era suposto. Às vezes, às 5:00, já estava a distribuir paletes e a organizar a loja, sem marcar o ponto. Isto é o que diz a cadeia de supermercados alemã que, para investigar o caso, acedeu a imagens de videovigilância. 

Trabalhar sem marcar o ponto foi, de resto, um dos seus erros. Segundo o El País, que teve acesso à carta de despedimento do trabalhador, o Lidl afirma que Jean violou uma das mais importantes normas da empresa: a norma que determina que o trabalhador “é pago por cada minuto que trabalha e cada minuto que trabalha tem de ficar registado”.

Jean P. cometeu outro grande erro, diz a empresa, que foi ter passado muito tempo a trabalhar sozinho. Algo que também está proibido nas normas internas por motivos de segurança.

Mas o grande problema, e que terá levado ao início da investigação, foi outro: é que o gerente não só trabalhava mais horas, como tentava convencer os outros a fazer o mesmo. Na mesma carta, o Lidl indica que recebeu várias queixas de outros empregados, alegando que Jean P. os tentava convencer a chegar mais cedo ao trabalho.

Por tudo isto, o Lidl acusou o gerente de “incumprimentos laborais muito graves” e despediu-o.

Jean P, não gostou, naturalmente, da decisão e levou a cadeia de supermercados aos tribunais, exigindo a sua readmissão. 

A primeira sessão do julgamento ocorreu esta quarta-feira e, em tribunal, o gerente afirmou que nunca obrigou ninguém a ir abrir o supermercado e que a empresa, em nenhum momento, o avisou que não podia chegar mais cedo para preparar a loja.

Mais, Jean denunciou a “hipocrisia” do Lidl, alegando que era submetido a “pressões para conseguir objetivos nas vendas” e que, se não tivesse trabalhado horas em mais, em determinados dias, não teria conseguido atingir essas metas.

O advogado do funcionário, Juan Guerra, sublinhou ainda que se Jean violou alguns procedimentos não foi para o seu proveito, mas para “beneficiar a empresa”.

Curiosamente o que se sanciona aqui, e que não é habitual, é trabalhar demasiado e esforçar-se para que a loja funcione corretamente."

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