Lula da Silva: “Não tenho nada a temer” - TVI

Lula da Silva: “Não tenho nada a temer”

  • Redação
  • AM com Lusa - Notícia atualizada às 00:49
  • 4 mar 2016, 16:54

Após três horas de interrogatório, o antigo Presidente do Brasil falou aos jornalistas e disse que se sentiu "um prisioneiro" quando foi detido para depor no âmbito operação Lava Lato. O procurador do Ministério Público Federal do Brasil disse que tanto o ex-Presidente Lula da Silva como a atual chefe de Estado, Dilma Rousseff, beneficiaram dos esquemas de corrupção na Petrobras

O antigo Presidente do Brasil, Lula da Silva, já foi libertado do interrogatório. Em conferência de imprensa na sede do Partido dos Trabalhadores, após três horas de interrogatório, Lula da Silva afirmou que não tem “nada a temer”.

E foi mais longe. Afirmando ter-se sentido “um prisioneiro hoje de manhã”, o antigo presidente brasileiro acrescentou que "jamais se recusaria a prestar depoimento” e que o juiz não precisava de o ter “mandado deter” para interrogatório.

“Era só ter convidado. Antes deles já éramos democratas”.

Numa longa conversa com os jornalistas e apoiantes, Lula da Silva aproveitou ainda para esclarecer que não está “indignado” com os jornalistas, mas sim “com determinados meios de comunicação e com o julgamento precipitado”.

“Enquanto os advogados não sabiam nada, alguns meios de comunicação já sabiam. É lamentável que uma parcela do poder Judiciário brasileiro esteja trabalhando em associação com a imprensa. Antigamente você tinha a denúncia de um crime, ia investigar se existia e prender o criminoso. Hoje a primeira coisa que se faz é determinar quem é o criminoso.”

 

Lula beneficiou dos esquemas de corrupção na Petrobrás

O procurador do Ministério Público Federal do Brasil Carlos Fernando dos Santos Lima disse que tanto o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a atual chefe de Estado, Dilma Rousseff, beneficiaram dos esquemas de corrupção na Petrobras.

Falando sobre as investigações contra Lula da Silva, detido hoje para depor, no âmbito da 24.ª fase da operação Lava Lato, que investiga um alegado esquema de corrupção que envolve empresas privadas e públicas, incluindo a Petrolífera Petrobras, o procurador citou vantagens supostamente obtidas pela Presidente em exercício.

Como já foi dito pelo Procurador-Geral da República, este esquema de corrupção na Petrobras é um esquema de compra de apoio político partidário. É neste sentido que existe a vinculação da Presidente Dilma porque ela é a chefe de Estado", disse.

A polícia federal brasileira fez buscas a casa do ex-Presidente Lula da Silva, na operação que decorre desde a madrugada desta sexta-feira. Lula da Silva é alvo de um dos mandados de detenção e será obrigado a prestar esclarecimentos. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, também foi levado para interrogatório.

Manifestantes pró e anti-Lula entraram entretanto em confrontos depois da detenção do ex-presidente brasileiro, em frente ao prédio onde este mora. Segundo a imprensa brasileira, os dois grupos chegaram à Avenida Prestes Maia, em São Bernardo do Campo, depois de terem sido divulgadas as operações. Registaram-se várias agressões e a Polícia Militar e a Guarda Civil foram chamadas a intervir.

Supremo rejeita pedido de suspensão de investigações 

O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil rejeitou o pedido apresentado pela defesa do ex-Presidente para que fossem suspensas as investigações no âmbito da Operação Lava Jato.

Na passada sexta-feira (26), advogados de Lula da Silva pediram para suspender as investigações sobre reformas num apartamento, que teriam sido feitas em favor da família do ex-Presidente por construtoras investigadas no escândalo da petrolífera Petrobras.

A defesa de Lula apontou um "conflito de atribuições", alegando haver duas investigações relacionadas com os mesmos factos, uma conduzida pelo Ministério Público Federal e outra pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.

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