Jesualdo entrega a Xavi um Al Sadd campeão: «Pá, ganhar sabe muito bem» - TVI

Jesualdo entrega a Xavi um Al Sadd campeão: «Pá, ganhar sabe muito bem»

Jesualdo Ferreira

Treinador falou com o Maisfutebol sobre o título conquistado num terceiro país diferente, admitindo que a aventura dele no clube terminou e que a partir de agora está aberto a todas as propostas interessantes para continuar a treinar.

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Jesualdo Ferreira atendeu o telefonema do Maisfutebol com a felicidade na voz.

«Pá, ganhar sabe muito bem. Gosto muito de ganhar. Gosto mesmo muito de ganhar. Para mim ganhar dá-me uma alegria enorme», começou por referir.

«Era o único título que nos faltava no Qatar, penso ser o primeiro português a consegui-lo e isto com uma equipa técnica inteiramente portuguesa.»

Por esta altura já o treinador ia lançado. Começou por avisar que a chamada podia cair a qualquer altura, porque a internet no Qatar é muito instável, mas a partir daí desfiou ideias sem parar.

O Al Sadd, recorde-se, conquistou esta quinta-feira o título de campeão do Qatar, quando falta uma jornada para o campeonato terminar, coroando um ano perfeito.

Jesualdo faz questão de sublinhar tudo isso.

«Esta época o Al Sadd conseguiu alcançar conquistas individuais e coletivas que vão durar por muitos anos. Daqui a muito tempo ainda se vai falar desta equipa», acrescentou.

«O Al Sadd tem neste momento 94 golos marcados no campeonato, é a equipa com mais golos marcados na história do campeonato. O nosso melhor marcador, o argelino Baghdad Bounedjah tem 39 golos, o que pulveriza o recorde anterior do melhor marcador, que era de 26 golos. Para além disso foi eleito o melhor jogador da Argélia, à frente por exemplo do Brahimi, e foi o melhor marcador do ano à frente de Messi e Cristiano Ronaldo. Da seleção do Qatar que ganhou a Asian Cup, nove jogadores eram do Al Sadd e sete ou oito desses noves jogadores eram titulares da equipa, pelo que o Al Sadd serviu de base ao sucesso da seleção. Por isso este é um título muito especial, num ano fantástico para o clube.»

Jesualdo Ferreira não consegue dizer que este título tenha um sabor melhor do que os outros, porque é impossível esquecer os três troféus consecutivos de campeão pelo FC Porto. Mas garante que sabe bem. Sobre isso não há dúvidas, é delicioso.

«Se foi diferente dos outros títulos de campeão? Foi. Se calhar uns têm mais açúcar do que outros, mas todos sabem muito bem. É uma grande alegria, uma satisfação de dever cumprido. A felicidade de ganhar é contagiante», sublinha.

«Tenho também de destacar a Taça do Emir, que é o troféu de homenagem ao Emir. Ganhá-lo é muito especial, porque se está na presença do Emir, vamos jantar ao palácio dele, enfim, para as pessoas do Qatar tem um significado muito grande. Nós já o ganhámos uma vez e fomos à final na outra vez, tendo perdido nos penáltis. Por isso nos três anos que aqui estamos ganhámos o campeonato, ganhámos a Taça do Emir, ganhámos a Taça do Qatar e ganhámos a Supertaça.»

Ora portanto, Jesualdo prepara-se para entregar um clube campeão a Xavi.

O contrato do treinador português termina agora no final da época e já sabe que não vai continuar: o astro espanhol pendura as chuteiras de jogador e vai iniciar a carreira de treinador precisamente no Al Sadd. Jesualdo Ferreira dá por concluída, desta forma, a passagem pelo clube qatari.

«Se o Xavi aprendeu muita coisa comigo? Não sei, isso têm que lhe perguntar a ele. O que sei é que o Xavi é uma pessoa muito especial, é uma personalidade que tive muito prazer em conhecer e que vou guardar para toda a vida, como outras que já passaram pela minha carreira», referiu.

«Para já, neste momento, penso que o meu trabalho aqui fica concluído. Depois vamos ver. Vou terminar a época e depois disso, com calma, vou ver o que vou fazer. Até posso continuar no Qatar, se surgir algo que me seduza. Mas estou aberto a todas as possibilidades, vamos ver com calma.»

Para terminar, falou-se do facto de ter feito novamente história no futebol português. Jesualdo Ferreira juntou-se a Artur Jorge, José Mourinho e Vítor Pereira no lote de treinadores nacionais com títulos de campeão em três ou mais países diferentes.

«Não sabia», sorriu.

«É um elemento interessante a juntar à alegria do título. O Mourinho está acima de todos nós. Primeiro porque ganhou em quatro países e depois porque ganhou em países como Inglaterra, Espanha ou Itália. Mas ganhar no Egito, ao serviço de um clube como o Zamalek, como eu fiz, ganhar na Arábia Saudita por um gigante como o Al Hilal, como fez o Artur Jorge, ou ganhar na Grécia por um Olympiakos, como fez o Vítor Pereira, também é muito difícil. São clubes onde a pressão é enorme. Por isso, lá está, é mais um dado interessante que fica para mim neste dia.»

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