Mourinho preferia treinar para subir no CP do que pela permanência na Liga - TVI

Mourinho preferia treinar para subir no CP do que pela permanência na Liga

Mourinho

Técnico português fala em dívida para quem o admira e que sempre o viu a lutar por títulos

José Mourinho garante já ter recusado muitos convites para voltar ao ativo, por entender que só deve aceitar contextos que lhe permitam continuar a lutar por títulos. Em entrevista ao Canal 11, o técnico português fala mesmo numa dívida que tem junto daqueles que o admiram.

«Quero ser fiel a mim próprio, aos que me amam, aqueles que sempre me seguiram. Tenho uma responsabilidade enorme, junto de tanta gente para quem sou uma referência, para tantos jovens para quem fui uma luz. Tenho a responsabilidade de ser José Mourinho até ao último dia. Recusei os mais variados convites para voltar, pois tenho de voltar para onde pertenço, para aquilo que foi sempre a minha vida, que é treinar ao mais alto nível, para ganhar», referiu Mourinho.

«Preferia treinar uma equipa do Campeonato de Portugal para ser campeão e subir, do que treinar uma equipa da Liga para a manutenção. É uma coisa quase patológica, mas é uma dívida que tenho para, talvez, milhões de pessoas», acrescentou.

Mourinho foi levado numa viagem pela carreira e defendeu que o sucesso no comando do FC Porto, com a conquista da Taça UEFA e da Liga dos Campeões, «marcou o futebol português, pelos resultados, e marcou a formação dos treinadores».

«Começou a falar-se em modelo de jogo e princípios de jogo. E quando tentas fazer a transição disto para o treino, é muito mais fácil pensar o treino em função de um modelo», justificou.

O técnico português voltaria a ser campeão no Inter de Milão, mas saiu logo aí para o Real Madrid.

«Eu não volto a Milão depois da final porque, se voltasse, já não saía da Inter. Queria ir para o Real Madrid. Já tinha recusado duas vezes. Pensava que não ia voltar a surgir essa oportunidade e surgiu, mas numa altura em que eu era superfeliz na Inter», lembrou.

«O que me leva para Madrid é o desejo de trabalhar naquele clube, que desperta um sentimento em quase todos os jogadores e treinadores. E o que me foi pedido veio ao encontro da minha natureza: "Temos aqui a melhor equipa do mundo, que nos está farta de dar na cabeça, e temos de inverter isto"», recordou o técnico, que apontou ainda um ponto de viragem: «O Real Madrid tem muitas Taças do Rei, mas aquela que eu conquistei (2011), é a que tem mais significado. A partir dali nada mais foi igual.»

Na conversa com o Canal 11, apresentada nesta quarta-feira, Mourinho também deixou rasgados elogios a Cristiano Ronaldo, com quem trabalhou no Real.

«Não me surpreende. Aos 34 anos é top mundial, numa equipa top, com ambições top. Não me surpreende nada porque geneticamente é um caso de estudo e psicologicamente a mesma coisa. É um tipo que só pensa em ganhar, em bater recordes, em atingir marcas, em conseguir sempre mais e mais e melhor. É verdadeiramente um fenómeno. Portanto não me surpreende absolutamente nada», afirmou.

«Acho que um dia vai estar em casa com 50 anos e a FIFA Legends vai convidá-lo para ir fazer um jogo qualquer, e ele vai chegar lá e vai fazer um golo», concluiu.

 

[artigo atualizado]

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