O Ministério Público da Venezuela pediu ainda na quinta-feira, ao tribunal, que anule a instalação da Assembleia Nacional Constituinte que resultou das eleições de domingo e cuja abertura está prevista para esta sexta-feira, com a oposição também a prometer manifestar-se. Nicolás Maduro não desarma e promete que a dita assembleia vai mesmo funcionar.
#URGENTE 1/2 Fiscales 4 Nacional y 77 AMC solicitaron ante tribunal de control suspensión de instalación de Asamblea Nacional Constituyente pic.twitter.com/jNDhJGEFHm
— Ministerio Público (@MPvenezolano) 3 de agosto de 2017
A decisão judicial pode, no entanto, não ser conhecida a tempo de, eventualmente, travar as intenções do presidente venezuelano.
O Ministério Público justifica esta ação com a "presumível ocorrência de delitos durante o processo eleitoral". A empresa que há mais de uma década contabiliza informaticamente os votos nas eleições, a Smartmatic, denunciou que houve manipulação de votos nas eleições: se a comissão nacional de eleições da venezuela diz que votaram 8,1 milhões de pessoas, a Smartmatic garante que esse número está inflacionado, "em pelo menos 1 milhão de pessoas".
Maduro chamou de "estúpido" ao dono da empresa Smartmatic. Mas o presidente dessa companhia, que desde 2004 fornece as máquinas de voto, não disse que votaram 7,5 milhões de eleitores sequer. Disse sim que o número oficial foi inflacionado pelo menos naquela ordem de grandeza.
A procuradora Luisa Ortega, uma chavista que é, atualmente, das maiores opositoras a Maduro, também anunciou uma investigação contra a autoridade eleitoral venezuelana.
FGR: designamos dos fiscales para investigar denuncias de Smartmatic sobre elecciones de la constituyente https://t.co/U940qUuNZC #3Ago pic.twitter.com/We8ccZONjr
— Ministerio Público (@MPvenezolano) 3 de agosto de 2017
Ontem, os EUA esclareceram que consideram ilegítima Assembleia Constituinte. A mesma posição tinha sido manifestada antes pela União Europeia, Portugal incluído.
O Vaticano pediu hoje a suspensão da dita assembleia, por considerar que pode "hipotecar o futuro" do país.