Família "espera por uma verdade" sobre a morte de Maëlys - TVI

Família "espera por uma verdade" sobre a morte de Maëlys

  • JFP
  • 27 ago 2018, 20:15
Homenagem a Maëlys Araújo

Criança foi alegadamente assassinada há um ano, em Pont-de-Beauvoisin, no leste de França

A família de Maëlys de Araújo disse esta segunda-feira que "todos os dias espera por uma verdade" sobre a morte da lusodescendente, alegadamente assassinada há precisamente um ano, em Pont-de-Beauvoisin, no leste de França.

"Ela faz-nos muita falta. Não nos resta mais do que a recordação dela, dos momentos felizes que passámos com ela. Não acreditamos na tese de acidente", afirmou a mãe de Maëlys, Jennifer Cleyet Marrel, à BFMTV, canal de televisão francês.

No dia em que se realizou uma marcha a assinalar um ano decorrido da morte da meninas, Jennifer Cleyet Marrel afirmou que o suspeito do homicídio, Nordahl Lelandais, "dá versões do sucedido que não correspondem ao desenvolvimento dos factos".

"Ele toma-nos por imbecis. Não há mais do que mentiras. Desde o início que ele só diz mentiras", asseverou, acrescentando que desferir "um golpe na cabeça de uma criança não é um acidente", além de que "não se mete acidentalmente uma criança num carro às três da manhã".

A mãe da criança, que tinha nove anos quando foi encontrada morta, afirmou que o antigo treinador de cães do exército, de 35 anos, detido na prisão de Saint-Quentin-Fallavier desde 10 de julho, "inventa histórias sempre".

"Diz-se que ele vai falar e, enfim, dizer as coisas. E, depois, que não vai dizer nada. Ele inventa histórias. Felizmente, ele está na prisão, não fará mais mal a qualquer pessoa", disse.

Jennifer Cleyet Marrel salientou que Lelandais "matou uma criança, o piro crime que ele podia ter cometido".

Maëlys de Araujo desapareceu há um ano, na noite de 27 de agosto, numa festa de casamento, em Pont-de-Beauvoisin, e, a 31 de agosto, Nordahl Lelandais foi detido para interrogatório.

A 3 de setembro, o francês foi formalmente acusado de sequestro, na sequência da descoberta de restos de ADN da menina no seu carro e, em novembro, foi acusado de assassínio, devido a imagens de vigilância dessa noite que mostravam a menina no carro e, pouco depois, o mesmo carro já sem Maëlys.

A 14 de fevereiro, após a descoberta de um rasto de sangue da criança no seu carro, Lelandais confessou que a matou "involuntariamente" e levou a polícia até ao local montanhoso onde enterrou os seus restos mortais.

A 19 de março, na audição pelos juízes de instrução do tribunal de Grenoble, Nordahl Lelandais indicou que a menina entrou no seu carro para ir ver os seus cães e atribuiu a sua morte a uma bofetada que lhe deu quando ela entrou em pânico dentro da viatura.

Apesar de quase todos os restos mortais da criança terem sido encontrados em fevereiro, as causas exatas da morte ainda estão por determinar.

Entretanto, a 29 de março, Nordahl Lelandais admitiu ter matado um militar, dado como desaparecido, em abril de 2017 e conduziu os investigadores ao local onde foram descobertos os ossos do cabo Arthur Noyer, de 23 anos.

Em julho, Nordahl Lelandais começou a ser investigado também por agressão sexual a uma prima de seis anos, que teria acontecido apenas uma semana antes da festa de casamento em que Maëlys desapareceu.

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