As autoridades mexicanas, reconheceram esta segunda-feira que, desde o início da guerra contra as drogas em 2006, foram registados cerca de 62 mil desaparecimentos. O número, superior à anterior estimativa de 40 mil, é representativo do desafio que Andrés Obrador, presidente do país desde dezembro de 2018, enfrenta na luta contra a criminalidade organizada. Desde a tomada de posse perderam-se mais de 31 mil vidas.
No mesmo período, segundo o subsecretário dos Direitos Humanos, Alejandro Encinas Rodríguez, foram descobertas cerca de 873 valas clandestinas, das quais 1.124 corpos foram exumados. Dessas vítimas, apenas 395 foram identificadas e 243 devolvidas às famílias.
Os números revelados contabilizam, de forma oficial, 61.637 desaparecidos. Desses, 90% desapareceram desde que o anterior presidente Felipe Calderón lançou, no início do mandato, a sua ofensiva contra os cartéis de droga.
Mas há quem defenda que na realidade os números são superiores aos revelados de forma oficial. O especialista da organização não-governamental Crisis Group, Falko Ernst, tweetou que “doze estados não apresentaram informações ou fizeram-no de forma parcial e que há muito por desenterrar”.
We should keep in mind that disappeared data presented today is incomplete. 12 states have presented no/only partial info. In general much to be dug up still. E.g. Michoacán:49 fosas registered since 06. Way too low. As said, this is but a step toward grasping full conflict scope https://t.co/iJDuT4oQY6
— Falko Ernst (@falko_ernst) January 6, 2020