Juntos em frente aos escritórios da Malaysia Airlines na capital chinesa, em Pequim, os familiares manifestaram desconfiança e irritação e exigiram pedir explicações
Num comunicado escrito à mão e colocado numa rede social chinesa, alguns familiares de vítimas manifestaram “sérias dúvidas” quanto às últimas informações e exigiram encontrar-se com um representante do governo malaio.
Apesar da confirmação oficial de que se tratam dos destroços do Boeing 777 que fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim, os familiares dos 239 passageiros afirmam que as autoridades têm “mentido” e que os seus entes-queridos ainda estão vivos.
A declaração de Yongli é corroborada por Bao Lanfang, cujo neto viajava no mesmo voo. “Toda a gente nos tem mentido”.“Não acredito nas últimas informações sobre o avião, eles têm-nos mentido desde o início. Sei que a minha filha está algures, mas não nos dizem a verdade”, afirmou Zhang Yongli, cuja filha está desaparecida, à AFP.
Wen Wancheng, pai de uma das vítimas, destacou, frente aos escritórios da companhia aérea em Pequim, a “grande cautela” dos peritos franceses e o facto de não terem “tirado uma conclusão” absoluta.
“Como é que se pode chegar à conclusão precipitada de que o avião caiu com base numa única peça? Pode ser de outro avião”, afirmou.
Esta quarta-feira, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, confirmou que os destroços encontrados na Ilha de Reunião são mesmo do MH370 desaparecido em março de 2014.
“Hoje, 515 dias depois do desaparecimento do avião, é com o coração pesado que tenho de anunciar que uma equipa de peritos internacionais confirmou, de forma conclusiva, que os destroços encontrados na ilha da Reunião são de facto do MH370.”
Najib Razak afirmou ainda que o Governo malaio está comprometido em descobrir a verdade sobre o que aconteceu ao voo da Malaysia Airlines.