Cerca de 200 pessoas manifestam-se em Itália contra atribuição de cidadania honorária a Bolsonaro - TVI

Cerca de 200 pessoas manifestam-se em Itália contra atribuição de cidadania honorária a Bolsonaro

  • Agência Lusa
  • PP
  • 1 nov 2021, 12:34
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

Presidente brasileiro, que se deslocou a Itália para participar da cimeira do G20, em Roma, vai marcar presença na cerimónia de entrega do título honorário.

 Cerca de 200 pessoas manifestaram-se hoje, em Anguillara Veneta, contra a concessão de cidadania honorária ao Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tem ascendência daquela pequena cidade do nordeste italiano.

O Presidente brasileiro, que se deslocou a Itália para participar da cimeira do G20, em Roma, vai marcar hoje presença na cerimónia de entrega do título honorário.

No final do século XIX, assolados pela pobreza, milhares de habitantes daquela cidade emigraram para o Brasil, entre os quais os antepassados de Bolsonaro.

Cercados pelo nevoeiro e chuva que se fazem sentir hoje naquela localidade, representantes de diferentes partidos e sindicatos manifestaram-se com faixas e cartazes nos quais se lia “Anguillara ama o Brasil, mas não Bolsonaro", contra o presidente brasileiro, que tem sido alvo de críticas pela comunidade internacional, por exemplo, pelas suas políticas ambientais e pela forma como lida com a pandemia de covid-19.

“Tudo bem que ele visite a cidade de onde é originária a sua família, mas não que ele seja apresentado como um modelo a seguir, concedendo-lhe a cidadania honorária”, disse à AFP Antonio Spada, um vereador municipal.

A cidade de Anguillara é liderada pela Liga, o partido anti-imigração de Matteo Salvini, o líder da extrema-direita no país.

Bolsonaro recebe a cidadania honorária numa cerimónia na Câmara Municipal de Anguillara Veneta e depois segue para um almoço com vários membros do ramo italiano da família Bolsonaro, numa ‘villa’ do século XVII nos arredores da cidade.

Por outro lado, apoiantes de Bolsonaro também se deslocaram àquela cidade italiana, embora em número inferior, empunhando bandeiras do Brasil.

Desde que Bolsonaro assumiu o poder, em 2019, a desflorestação e os incêndios na Amazónia escalaram, já que o seu Governo exige um pagamento para proteger aquela floresta, 60% da qual fica no Brasil e cuja manutenção é fundamental para conter o aquecimento global.

Bolsonaro decidiu também ignorar a conferência climática COP26, que está a ter lugar em Glasgow, na Escócia, para ir a Anguillara Veneta.

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