Navalny fala em “orgulho e esperança” ao tomar conhecimentos dos protestos em seu apoio - TVI

Navalny fala em “orgulho e esperança” ao tomar conhecimentos dos protestos em seu apoio

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 22 abr 2021, 17:47

Sem acesso a meios de informação, o principal opositor de Vladimir Putin tomou conhecimento dos protestos através do seu advogado

O líder da oposição russa, Alexei Navalny, enviou esta quinta-feira uma mensagem emotiva na rede social Instagram, após ter tido conhecimento através do seu advogado das manifestações de grandes dimensões que se realizaram em seu apoio.

Aqui está – a salvação da Rússia. Vocês. Aqueles que não saíram, mas apoiaram. Aqueles que não apoiaram publicamente, mas simpatizaram”, afirmou o opositor de Vladimir Putin.

Atualmente atrás das grades, o homem, de 44 anos, está na sua quarta semana de greve de fome. Sem acesso a meios de comunicação que lhe façam tomar conhecimento do que se passa no país, o advogado do dissidente atualizou-o sobre os eventos que marcaram o dia de quarta-feira na Rússia. Navalny diz estar cheio de “orgulho e esperança” no futuro do país.

 

As pessoas estão a marchar na rua. Isso significa que elas sabem e entendem tudo. Eles não vão desistir do seu futuro, do futuro dos seus filhos, do seu país. Sim, será difícil e escuro por algum tempo. Mas aqueles que puxam a Rússia para trás estão historicamente condenados. De qualquer forma, existem mais de nós. A Rússia ficará feliz”, pode ler-se na publicação que fez no Instagram.

Alexei Navalny, o principal oponente do Presidente russo, Vladimir Putin, foi preso em janeiro ao voltar da Alemanha, onde passou cinco meses a recuperar de um envenenamento com um agente neurotóxico que foi atribuído ao Kremlin, acusações que as autoridades russas rejeitaram.

Recorde-se que, esta quarta-feira, a polícia russa deteve pelo menos 1.784 pessoas nas manifestações de apoio ao dirigente da oposição, Alexei Navalny, em vários pontos da Rússia, indicaram organizações não-governamentais.  

De acordo com os dados divulgados pela organização OVD-Info, cerca de 850 pessoas foram detidas em São Petersburgo, a segunda cidade da Rússia, onde se registaram atos de violência policial contra os manifestantes. 

Segundo a mesma fonte, 84 manifestantes passaram a noite nos calabouços da polícia de São Petersburgo. Em Moscovo, as concentrações de apoio a Navalny localizaram-se perto do Kremlin e junto do edifício dos serviços de segurança e informações (FSB), não se tendo registado incidentes.

Os apoiantes do oposicionista apelaram aos protestos em mais de uma centena de cidades, quarta-feira, dia marcado pelo discurso anual de Vladimir Putin.

Diversos ativistas foram detidos antes do início dos protestos e outros enquanto decorriam os desfiles, tendo ainda sido relatadas buscas em locais com ligação à organização do opositor.

Médicos pedem fim da greve de fome

Vários médicos que estão a supervisionar o opositor russo Alexei Navalny pediram esta quinta-feira ao principal adversário político de Putin para acabar "imediatamente" com a greve de fome, por recearem a morte do ativista ou perigos "consideráveis" para a sua saúde.

Enquanto médicos assistentes, apelamos a Alexei Navalny e pedimos-lhe que acabe imediatamente com a greve de fome para preservar a sua vida e a sua saúde", indicaram cinco médicos, incluindo Anastassia Vassilieva, a médica particular do opositor russo, numa carta publicada por órgãos de comunicação social filiados à oposição ao Kremlin.

O grupo de médicos referiu que teve acesso aos resultados das análises feitas a Navalny desde a transferência, no início da semana, para um hospital dedicado aos cuidados de saúde de prisioneiros com tuberculose.

"Continuar a jejuar pode prejudicar significativamente a saúde de Alexei Navalny e pode levar ao resultado mais triste: a morte", prossegue o grupo.

Entre os perigos "consideráveis" estão, em particular, "sintomas de insuficiência renal, sintomas neurológicos e hipotermia grave", que podem degenerar em problemas irreparáveis.

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